segunda-feira, 8 de abril de 2013

Segundo Resgate a Portugal

Quando foi estabelecido a actual “ajuda” da Troika a Portugal, o nosso ponto de partida era pior do que o ponto de partida da Grécia (a dívida pública da Grécia era pior que a nossa mas a nossa dívida total era superior à Grega).

Assim sendo eu nunca acreditei que não houvesse um segundo resgate em Portugal tal como veio a acontecer na Grécia.

Havia 3 datas prováveis para o segundo resgate a Portugal:

Até Setembro de 2013 (o mais provável na minha cabeça à altura, apesar do actual resgate terminar só em 2014) ou 2016 ou 2021

Em Janeiro deste ano, após o sucesso histórico que teve o leilão de dívida onde Portugal conseguiu colocar obrigação a 18 meses, em que esses 18 meses acabam já depois de findo actual resgate, comecei a pensar que talvez aconteça um milagre e o segundo resgate não aconteça como eu pensava em Setembro de 2013.

Os desenvolvimentos seguintes, com as soluções encontradas pelo BCE (que promete comprar dívida de Portugal no mercado secundário se Portugal conseguir que lhe emprestem dinheiro sem ser via Troika) e a boa vontade demonstrada pela Troika (em reconhecimento da nossa boa prestação no primeiro ano de execução do programa) ao flexibilizar as metas e aumentar o prazo de amortecimento da actual “ajuda” fez com que eu começasse a acreditar num milagre, não sendo necessário um segundo resgate.

No entanto os últimos números de execução orçamental, os acontecimentos no Chipre e o chumbo do Tribunal Constitucional às medidas extraordinárias de diminuição de despesa (que põe em causa as negociações da próxima quinta-feira onde se iria decidir o tal alargamento de prazos), fez-me voltar a pensar no que sempre acreditei: Será necessário um segundo resgate.

Eu não critico o Tribunal Constitucional porque era previsível este chumbo tendo em consideração o acórdão anterior e concordo com a crítica que o Tribunal Constitucional fez ao governo: Não houve redução estrutural da despesa e portanto não podia permitir que se repetisse uma redução extraordinária da despesa como a suspensão dos subsídios de férias dos funcionários públicos e equiparados.

Agora o governo já tem legitimidade dada pelo Tribunal Constitucional para avançar com a famigerada redução dos 4 mil milhões em Despesa Estrutural: Redução do Estado Social como os serviços de Saúde, Educação, etc. e consequente desvinculação de funcionários públicos.

É pena não podermos rasgar contratos com os poderosos parasitas que se instalaram no Estado e tenhamos que prejudicar os mais pobres, prestando piores serviços de Saúde, Educação e Segurança Social nos próximos 10 anos.


Fontes:
http://recortesdowilson.blogspot.pt/2013/04/sem-plano-b-consolidacao-de-2013.html
e
http://recortesdowilson.blogspot.pt/2013/04/os-quatro-grandes-problemas-de-gaspar.html
e a minha memória.

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