quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

O Natal e a Economia


É Natal, é Natal, vamos gastar dinheiro,
É Natal, é Natal, vamos todos consumir,
É Natal, é Natal, embora gastar dinheiro,
P’ra economia arrebitar e a carteira diminuir.


Desculpem se a rima não é perfeita,
mas nunca fui grande poeta.

Abraços e Feliz Natal,

sábado, 12 de dezembro de 2009

TGV - Esquizofrenia

http://economia.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1413619

Antes das eleições falava-se que seria uma loucura para as finanças e para o resto da economia os 7 mil milhões de Euros que custava a rede de TGV que o governo se propõe fazer.

Agora diz-se que, para embaratecer o projecto, o TGV não terá a vertente de mercadorias, no entanto a factura em vez de diminuir aumentou e já vai nos 10 mil milhões de Euros, O que dava para construir 3 cidades aeroportuárias ou várias dezenas de Hospitais.

Por outro lado o governo fala na necessidade de aumentar a produtividade do país. Ora para aumentar a produtividade do país em termos ferroviário bastava completar a linha já existente e que nunca entrou em funcionamento precisamente porque não se completou, para ligar Sines a Madrid.

Sim Sines pois é em Sines que se encontra o único porto de águas profundas da península ibérica. Para a nossa competitividade mais importante do que passageiros é transportar mercadorias.

Mas dizer isto não basta, pois as mercadorias necessitam de percursos longos para ligar, sem mudança de comboio ou rodados, Sines/Lisboa ao resto da Europa.

Então a minha afirmação anterior fica em causa pois a linha existente e que falta completar para poder entrar em funcionamento está em bitola ibérica. Sendo a única bitola Europeia existente em Espana a do TGV (se não estou em erro o TGV espanhol já foi construído em bitola Europeia e todo este meu texto se baseia nessa presunção).

Bitola é a largura da via, isto é o espaço entre cada um dos 2 carris de uma linha, ou se preferirem o espaço entre a roda direita e a roda esquerda do comboio.

Então para rentabilizar os portos de Sines, Setúbal e Lisboa já faz sentido que se use o TGV Espanhol.

Mas para usarmos as linhas do TGV espanhol seria necessário construir o prolongamento da linha Badajoz-Sines-Setubal em bitola europeia. Bitola europeia não quer dizer necessariamente TGV. Podia simplesmente aproveitar-se a linha já existente, completa-la e diminuir as vias para a bitola europeia.

De qualquer forma as madeiras usadas nessa linha já devem estar podres e portanto teria que se trocar de qualquer forma essas madeiras, Para a transformar em bitola europeia basta que nesse processo se colocassem os carris um pouco mais juntos.

Não sei quanto custaria completar e requalificar essa linha mas acredito que seria muitíssimo mais barato do que construir uma nova linha, de alta velocidade, paralela à existente que nunca foi completada.

Dessa forma aumentaria a competitividade do nosso comércio internacional sem comprometer as gerações futuras com o endividamento que o TGV nos vai trazer.

A única razão para se fazer o que o governo está a fazer com a linha TGV Poceirão-Caia hoje adjudicada é se também for necessário o transporte de passageiros. É uma opção política que seria justificada se o estudo de viabilidade económica fosse favorável.

Acontece que a opção do governo é de APENAS passageiros. Deitando por terra qualquer aumento de competitividade do nosso comércio internacional.

Tudo isto cheira-me a um negócio da china, com o dinheiro do contribuinte, para encher alguns bolsos.

Como disse no início deste texto, pressuponho que o TGV espanhol já tenha sido construído em bitola europeia.

O que eu sei é que o governo espanhol se prepara para gastar 5 mil milhões de Euros na transformação de TODA a sua vasta rede ferroviária para a bitola europeia. Não sei se o TGV espanhol está incluído ou se este já está em bitola Europeia.

Ora este número revela que é muito mais barato transformar uma linha existente do que construir uma nova, tal como eu sugeri.

Acontece que se a bitola do TGV espanhol ainda for a ibérica então é mais uma razão para adiarmos os nossos planos de TGV para quando essa transformação espanhola estiver concluída, pelo menos nos troços que nos dizem respeito: França-Badajoz-Sines e eventualmente França-Vigo-Porto-Sines.

Reparem que eu nunca mencionei Lisboa pois considero que a extensão do TGV a Lisboa deve ser apenas até o Aeroporto de Lisboa, perto de Alcochete, sem necessidade de construir uma nova ponte ferroviária para ligar o aeroporto ao centro de Lisboa.

Ainda por cima a ponte projectada pelo governo para ligar o aeroporto de Alcochete ao centro de Lisboa vai dar a volta pelo Barreiro!

Ora é minha opinião que para isso então escusa-se de construir uma nova ponte, basta ligar Lisboa ao Aeroporto construindo a apenas uma extensão Almada-Barreiro-Aeroporto por linha ferroviária urbana para melhor servir as populações (incluindo a ligação já existente a Sintra, Cascais, e Vila Franca de Xira), e o TGV começar apenas no Aeroporto.

Lembro que o TGV não é alternativa nem ao carro/autocarro nem ao actual comboio de passageiros pois os preços dos bilhetes serão comparáveis aos preços do bilhete de avião.

Os clientes do TGV são os clientes actuais do avião.