Estudo do Banco de Portugal conclui que os funcionários públicos ganham, por hora, quase o dobro dos privados.
Numa altura em que se discute se a opção do Governo, em cortar os subsídios de férias e Natal da função pública, poupando os trabalhadores do sector privado, é justa, ou se se trata de uma discriminação, importa perceber o que serviu de base a essa opção.
O Presidente da República considerou que esta opção pode constituir uma violação da equidade fiscal. Mas os especialistas apontam várias diferenças entre os funcionários do sector público e os trabalhadores privados. A começar pelos salários.
Um estudo do Banco de Portugal diz que os funcionários públicos têm um salário médio de 1491 euros, acima dos privados que ganham em média 859 euros, e, como trabalham menos horas, chegam a ganhar por hora quase o dobro dos privados. Uma outra diferença é que os trabalhadores do estado não podem ser despedidos.
De acordo com este documento, a média dos salários dos funcionários públicos é de 1.491 euros, enquanto no privado se fica pelos 859 euros. Além disso, na função pública o horário de trabalho é mais leve. Por hora a remuneração dos funcionários do Estado é claramente superior: 10,50 euros face 5,50 euros, ou seja, praticamente o dobro.
O estudo ressalva, no entanto, que, em comparação, os funcionários com menos habilitações ganham mais no público do que no privado. Nos quadros superiores, a relação é inversa, ou seja ganham menos, e nos quadros intermédios os funcionários públicos ganham mais 15% do que nos privados. Sendo que no total ganham mais 74% do que no privado e por hora mais 91%.
Há outra diferença difícil de quantificar, mas não negligenciável: é a segurança no emprego. Os funcionários públicos não podem ser despedidos.
Isto significa que se se reduzisse para metade o ordenado dos funcionários públicos, com excepção dos quadros superiores, a função pública continuaria a atrair os trabalhadores pois estes continuariam a preferir a função pública.
Aliás nos anos 80 era essa a regra: os funcionários públicos ganhavam muito menos que os privados mas continuava a ser vantajoso ser funcionário público. O primeiro-ministro Cavaco Silva foi quem iniciou esta inversão de remunerações pois a ideia dele era dignificar a função pública sendo que essa medida seria financiada com uma redução de funcionários, o que nunca aconteceu.
Veja o vídeo em: http://www.agenciafinanceira.iol.pt/economia/funcao-publica-funcionarios-publicos-privado-subsidios-salarios-trabalho/1290922-1730.html
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