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Eu pensava que a maior parte dos nossos impostos iam para pagar os salários dos professores, médicos, polícias e restantes funcionários públicos e em segundo lugar para pagar as prestações sociais (reformas, subsídios de desemprego, Reinserção Social, e demais subsídios.)
Após a leitura dos grandes números do Orçamento de Estado para 2012 fico triplamente espantado:
1º. A maior fatia dos gastos não é para salários mas para subsídios: 36 mil milhões de Euros.
2º. Os salários representam metade desse valor: 18 mil milhões de Euros (18.930)
3º. Os juros já representam mais de metade do valor dos salários: 9 mil milhões de Euros (8.823)
Mas fico ainda mais preocupado quando sei que nos próximos anos iremos pagar cada vez mais com juros e que esse aumento não é de 2 ou 3%... só em 2012 o aumento é de 20.9%
Fico ainda aterrorizado ao saber que, apesar das medidas anunciadas, vamos continuar a aumentar a nossa dívida líquida para fazer face aos compromissos assumidos pelo anterior governo. E ainda mais em pânico quando descubro que esse aumento é de mais de 13 mil milhões de Euros! (Valor superior ao total disponibilizado pelo triunvirato (troica não existe no dicionário da língua portuguesa) para uma hipotética nacionalização dos bancos).
Estes números levantam-me as seguintes reflexões:
1º. Fico revoltado pelo anterior governo ter contraído mais dívida, em 6 anos, do que o total acumulado desde o 25 de Abril, e cujos juros já somam mais de metade do dos salários e vão continuar a aumentar. (já para não falar dos encargos que assumiu e teremos que pedir mais dinheiro emprestado para os pagar)
2º. Imaginando que os reformados ganhem uns 10 mil milhões de Euros (acredito que seja menos), para onde vai os restantes 26 mil milhões de Euros de subsídios?!
Para completar a leitura dos números conclui-se que os principais impostos diminuem (IRS, IRC, ISP e IS), em virtude da contracção económica e apesar do aumento de taxas, em especial do IRC cuja taxa duplica para as micro-empresas. Mas por incrível que pareça o IVA não só não diminui (devido à contracção económica) como aumento uns impressionantes 12.6% devido apenas a uma maior justiça neste imposto (produtos essenciais como os óleos culinários diminuem a taxa e outros, como os refrigerantes e restauração, aumentam a taxa).
Eis os números:
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