segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

A sua Greve é Justa, Abusiva ou Estúpida?


Existem Greves e Greves.

Todas as greves em Portugal são legalmente legítimas o que não impede que o não sejam sob outros pontos de vista além do legal.

Existem greves para a melhoria das condições de trabalho.

Existem greves Políticas como as greves gerais.

Existem greves Abusivas como a dos maquinistas que querem que a CP não cumpra a lei retirando os inquéritos disciplinares de alguns maquinistas que poderia na pior das hipóteses levar a uma “multa”, em dias de trabalho, dos mesmos. (teoricamente até 14 dias mas na prática até 3 dias)

Agora vem uma greve Estúpida como a dos trabalhadores portuários que fazem greve contra a provável insolvência da sua empresa.

É como tirar a máscara de oxigénio a um doente que luta pela vida para ele dizer que vai viver.

Ou eu não entendo esta greve ou é o cúmulo da estupidez digno de anedota.
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7 comentários:

  1. Relativamente à greve dos maquinista, não se trata de cumprir ou não uma lei, mas sim honrar um acordo escrito, estabelecido entre a entidade patronal e os seus trabalhadores, antes da promulgação dessa mesma lei. E até num país exemplarmente representativo de uma república das bananas, como Portugal, os acordos são para ser honrados.

    Relativamente aos trabalhadores portuários, é necessário conhecer melhor as condições da mesma, provavelmente não se trata de um falso problema de insolvência, mas sim a pretexto de um falso problema extinguir gabinetes.
    Não te esqueças que as importações diminuiram mas exportações aumentaram, e esse aumento deveria implicar uma alocação entre departamentos e não um despedimento para depois ir buscar mão-de-obra sem experiência.


    Em ambos os casos, parece-me que estás a ser vitima de desinformação, iniciada por um coelho que não é o da Páscoa e que tão bem começamos a conhecer.
    Mas afirmo-te, de algum tempo a esta parte os direitos dos trabalhadores tem diminuído e isso tem permitido que as gerências e as administrações das empresas estejam a dirigir as empresas segundo um critério de implementação de um clima do terror: "Ou faz o que lhe mando, qdo eu quero e como eu quero ou amanhã já não mete cá os pés".
    Experimenta falar com amigos que trabalhem em empresas não estatais e todos eles te vão elucidar melhor.

    No caso dos maquinistas, trata-se de diminuir os direitos dos trabalhadores, para criar condições para que "uns" privados estrangeiros comprem a empresa.

    No caso dos portuários trata-se de ganância pura. Porque os serviços ganham tanto na importação como no serviço de exportação.

    Como dizia o Cavaco pouco depois da sua tomada de posse do seu primeiro mandato: "... E lembrem-se que os tempos de crise, representam grandes oportunidades de negócio".
    E acho que isto diz tudo.

    Existe sempre um confronte de interesses entre a esquerda e a ala direita política. Mas os métodos utilizados correspondem sempre a um confronto de interesses. E esses interesses são monetários e são eles que condicionam a política, por grupos de interesse ou aplicando o estrangeirismo: lobbys.

    Cuidado com os serviços de desInformação dos media, pq esses são controlados pelos grandes grupos económicos. Infelizmente um dos melhores programas de informação que existia era o "clube de jornalistas", que dava no segundo canal da RTP. Esse programa explicava todas estas temáticas. E foi cancelado porque incomodava estes interesses, apesar de ser feito literalmente a custo zero para a RTP. Porque julgas que foi cancelado?

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  2. Olá Anónimo,

    Obrigado pelas tuas críticas e esclarecimentos.

    Em relação aos maquiinistas, se o acordo foi assinado antes da Lei, a Lei não revoga um mero acordo?

    Na verdade não conheço em pormenor o assunto e não sei de que acordo nem de que Lei estamos a falar. O que eu percebi das palavras do próprio representante dos maquinistas na entrevista que teve com o Mário Crespo é que há algumas dezenas ou talvez centena de inquéritos disciplinares (de várias origens de chefias) como é normal numa grande empresa como a CP e a reação dos maquinistas é desproporcional ao problema, tendo privado os portugueses da sua deslocação de Natal e Ano Novo quando o que está em causa é uma simples repreensão ou até suspensão de alguns dias aos trabalhadores considerados culpados e que a greve servia para arquivar os inquéritos sem os concluir.

    Também fiquei a saber que eles tem um fundo que lhes permite fazer greve sem perder o ordenado que seria normal perder, assim e tendo em consideração as datas da greve pareceu-me apenas um pretexto para terem férias pagas.

    Também fiquei a saber, da boca dos próprio representante dos maquinistas, que eles, mesmo em início de carreira, ganham mais que muitos licenciados.

    Também achei desproporcionado os maquinistas exigirem que seja o próprio presidente da CP a sentar-se na reunião das vésperas de Natal para tentar desbloquear a greve. Não me parece que seja essa a função de um Director Geral, o mais acertado é que seja um mediador, ou até o próprio director de Rrecusos Humanos até porque terá seguramente mais conhecimento sobre a matéria em causa do que o Director Geral.

    Por tudo isto acho a greve dos maquinistas abusiva.


    Em ralação aos Portos até acredito que possa ser uma falsa insolvência mas não me parece que os trabalhadores possam inverter o fecho da empresa, mesmo que não fosse insolvente os donos tem sempre direito a fechar a sua empresa, mesmo que seja apenas para criar outra com menos ou mais baratos trabalhadores. Poderá ser imoral mas é um direito do patronato. Este Coelho quer reduzir as indeminizações para evitar esse tipo de "fraude" empresarial.

    Concordo que os direitos dos trabalhadores tem diminuido com este governo e vai diminuir ainda mais a pretexto da crise.

    Em relação aos média cada vez os compreendo menos pois por vezes passam dias inteiros a falar de questões sem importância em vez de fazerem trabalho crítico e de investigação para descobrirem o que é importante e a verdade das coisas.


    Os telejornais em vez de darem informação (com princípio, meio e fim, para ser compreensível) parece que andam a dar recados encomendados.

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  3. Wilson disse:

    «Olá Anónimo,
    Obrigado pelas tuas críticas e esclarecimentos.
    Em relação aos maquiinistas, se o acordo foi assinado antes da Lei, a Lei não revoga um mero acordo?»


    Anónimo disse:

    Se um amigo te pedir dinheiro emprestado durante um ano, e tu com boa intenção lho emprestares. Caso entetanto saia uma lei que diga que não permitido emprestar dinheiro aos amigos, achas que ele to deve devolver? Ou como a lei te indica que cometeste uma ilegalidade nem sequer lho deves pedir?

    A minha opinião é muito pragmática. Aquando do acordo, essa lei não estava em vigor e como tal o seu efeito só será aplicável a todos os acordos subsequentes.
    Ou seja não pode ter retroactividade.
    E este conselho de administração perdeu a face e a vergonha.


    Wilson disse:

    «Na verdade não conheço em pormenor o assunto e não sei de que acordo nem de que Lei estamos a falar. O que eu percebi das palavras do próprio representante dos maquinistas na entrevista que teve com o Mário Crespo é que há algumas dezenas ou talvez centena de inquéritos disciplinares (de várias origens de chefias) como é normal numa grande empresa como a CP e a reação dos maquinistas é desproporcional ao problema, tendo privado os portugueses da sua deslocação de Natal e Ano Novo quando o que está em causa é uma simples repreensão ou até suspensão de alguns dias aos trabalhadores considerados culpados e que a greve servia para arquivar os inquéritos sem os concluir.»


    Anónimo disse:

    Na minha opinião, é muito mais do que isso. Repara, a reacção dos maquinistas é corporativa, eles sabem que se for cada um por si, não têm qualquer poder, mas que se se unirem, são inquebráveis. É como a alegoria Biblica do feixe de ramos, é fácil parti-los um a um, mas quase imposível de quebrá-los se se mantiverem unidos.

    A greve não é desproporcional se nos apercebermos que caso os trabalhadores permitissem que a administração levasse a sua avante, abriam um precedente. E um precedente é sempre uma coisa muito perigosa.

    Tanto mais porque no acordo tinha ficado patente que não iriam existir os tais inquéritos nem apuramento de retaliações por parte da administração.

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  4. Wilson disse:

    «Também fiquei a saber que eles tem um fundo que lhes permite fazer greve sem perder o ordenado que seria normal perder, assim e tendo em consideração as datas da greve pareceu-me apenas um pretexto para terem férias pagas.»


    Anónimo disse:

    Têm esse fundo porque todos os meses descontam para ele.
    Além disso, se os media nos tentam confundir com esse tipo de contra-informação, "pretexto para terem férias pagas", entendo que só merecem o nosso desdém.
    A greve não foi convocada por esse motivo, mas sim porque é nesta altura que as decisões têm de ser tomadas e também por que era nessa altura que o efeito da greve teria máximo impacto sobre a entidade patronal.


    Wilson disse:

    «Também fiquei a saber, da boca dos próprio representante dos maquinistas, que eles, mesmo em início de carreira, ganham mais que muitos licenciados.»


    Anónimo disse:

    Também um canalizador, ou um meste-de-obras, e muitas senhoras das limpezas. E isso que interessa? Deve-se aferir por baixo? Devemos forçar para que ganhem todos menos ou devemos nós esforçar-nos por ganharmos mais?

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  5. Wilson disse:

    «Também achei desproporcionado os maquinistas exigirem que seja o próprio presidente da CP a sentar-se na reunião das vésperas de Natal para tentar desbloquear a greve. Não me parece que seja essa a função de um Director Geral, o mais acertado é que seja um mediador, ou até o próprio director de Rrecusos Humanos até porque terá seguramente mais conhecimento sobre a matéria em causa do que o Director Geral.»


    Anónimo disse:

    Exigiram o director geral, porque esse tem um nome. Se fosse um mediador incógnito, que posteriormente fosse obrigado pela administração, a dar o dito pelo não dito, i.e. a perder a face, ou até vir a ser demitido e/ou substituído (que é o que muitas vezes se faz). Caso seja um director geral, já não é assim. Dificilmente um director geral pode perder a face sem perder o respeito dos seus pares.

    Acresce ainda que ele é o único detentor do poder, para vincular os acordos e as directivas da empresa. Sun Tzu em todo o seu esplendor.


    Wilson disse:

    «Por tudo isto acho a greve dos maquinistas abusiva.»


    Anónimo disse:

    Eu acho-a perfeitamente compreensível.

    O que me irrita é a falta de capacidade organizativa e de união dos portugueses nestas temáticas. Pensamos todos: "Ah, desde que não me prejudique a mim... está tudo bem", e admiro, quem nada contra a corrente.

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  6. Wilson disse:

    «Em ralação aos Portos até acredito que possa ser uma falsa insolvência mas não me parece que os trabalhadores possam inverter o fecho da empresa, mesmo que não fosse insolvente os donos tem sempre direito a fechar a sua empresa, mesmo que seja apenas para criar outra com menos ou mais baratos trabalhadores. Poderá ser imoral mas é um direito do patronato.

    Este Coelho quer reduzir as indemnizações para evitar esse tipo de "fraude" empresarial.»


    Anónimo disse:

    Tal como é um direito dos trabalhadores tentar inverter essa pretensão e essa tendência.


    Wilson disse:

    «Concordo que os direitos dos trabalhadores tem diminuído com este governo e vai diminuir ainda mais a pretexto da crise.»


    Anónimo disse:

    Infelizmente para todos nós. E repara que os únicos que ficam a ganhar são as multinacionais, por realizarem a deslocalização dos mercados. As pequenas empresas nacionais só se vão afundar, porque deixam de conseguir escoar os seus productos, pois os seus clientes, perderam o poder de compra. Escapam as exportadoras: Calçado, cortiça, etc..


    Wilson disse:

    «Em relação aos média cada vez os compreendo menos pois por vezes passam dias inteiros a falar de questões sem importância em vez de fazerem trabalho crítico e de investigação para descobrirem o que é importante e a verdade das coisas.»


    Anónimo disse:

    Dou-te duas pistas:

    Investiga porque razão as administrações de televisão e jornais pertencem a bancos. E porque é que os grandes dinossauros do jornalismo já não pertencem às redacções.

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  7. Wilson disse:

    «Os telejornais em vez de darem informação (com princípio, meio e fim, para ser compreensível) parece que andam a dar recados encomendados.»

    Anónimo disse:

    É exactamente isso. Foi uma pena terem terminado o clube de jornalistas da RTP2.


    É sempre um prazer falar nestas temáticas com alguém que respeito. Mesmo que não partilhe de algumas das suas opiniões.

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