Eu sempre achei que Pedro Passos Coelho é um incompetente a comunicar, até comecei a ficar com saudades da máquina comunicacional de José Sócrates, apesar de saber que essa máquina era paga do meu bolso e servia para nos enganar.
Não conheço nenhum outro primeiro-ministro tão desastrado a comunicar como Pedro Passos Coelho, no sentido de as comunicações dele serem sinceras, o que é inaudito num político, mas carentes de sinal de esperança, o que é inaceitável num político.
Normalmente os primeiros-ministros preocupam-se em dar esperança e dessa forma promover, por meras palavras, o crescimento económico. Pedro Passos Coelho faz exactamente o oposto: Sempre que ele fala, a economia retrai.
A retracção da economia é maléfica para o cumprimento do défice orçamental acordado com Bruxelas.
Mas depois lembrei-me que a Troika quer (e bem) que a nossa economia se redireccione para as exportações e que a retracção da nossa economia interna é benéfica para esse objectivo.
Há duas formas de retrair uma economia: tirando-lhe dinheiro ou/e metendo-lhe medo.
Tirando-lhe dinheiro tem a vantagem no curto prazo de melhorar o défice orçamental.
Metendo-lhe medo tem a vantagem de aumentar a poupança nacional.
Tendo isto em conta começo a perguntar-me se Pedro Passos Coelho é um incompetente a falar ou se tem o objectivo bem definido de, com as suas palavras, retrair a economia nacional de forma a aumentar a pressão para a mesma se redireccionar para as exportações?
Não estou a dizer que ele não nos tem tirado dinheiro. Claro que o fez: em 2012 essencialmente aos funcionários públicos e aos pobres (pelo IVA) e em 2013 aos ricos (através do IMI, Taxas sobre o capital e taxas sobre o luxo), e através da TSU aos funcionários públicos, empresas solventes (saudáveis) e os que ainda tem a sorte de ter emprego.
Leia o porque é que eu inclui as empresas solventes no meu artigo “Governo quer os ricos a pagar a crise” em http://comentariosdowilson.blogspot.pt/2012/09/governo-quer-os-ricos-pagar-crise.html
Por: Wilson Ferreira Antunes.
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