quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

O Milagre Português?

Quando foi estabelecido a actual “ajuda” da Troika a Portugal, o nosso ponto de partida era pior do que o ponto de partida da Grécia (a dívida pública da Grécia era pior que a nossa mas a nossa dívida total era superior à Grega).

Assim sendo eu nunca acreditei que não houvesse um segundo resgate em Portugal tal como veio a acontecer na Grécia.

Havia 3 datas prováveis para o segundo resgate a Portugal:

Setembro de 2013 (o mais provável na minha cabeça à altura) ou 2016 ou 2021

Dado o sucesso histórico que teve o leilão de dívida da passada sexta-feira onde Portugal conseguiu colocar obrigação a 18 meses, em que esses 18 meses acabam já depois de findo actual resgate, comecei a pensar que talvez aconteça um milagre e o segundo resgate não aconteça como eu pensava em Setembro de 2013.

Hoje ouço notícias de que o Governo não perdeu tempo com este sucesso histórico e partiu para a renegociação da dívida, não para pedir mais “ajuda” (dinheiro ou tempo de ajustamento) mas apenas para pedir ao que tem direito pela igualdade de tratamento negociada há um ano, reivindicando um prazo de amortecimento maior da actual “ajuda” de forma a tornar menos necessária um segundo resgate em 2016 ou 2021.

Ao mesmo tempo está a preparar uma emissão a 5 anos, sindicada, para aproveitar as novas regras do BCE que promete comprar dívida de Portugal no mercado secundário se Portugal conseguir que lhe emprestem dinheiro sem ser via Troika.

Este segundo passo claramente é para evitar o segundo resgate em Setembro de 2013.

Agora começo a acreditar num milagre e que Portugal, apesar de ter partido de uma situação pior que a Grécia, conseguir não ser alvo de um segundo resgate em Setembro deste ano.

É claro que para esse milagre acontecer ainda será necessário que as agências de Rating tirem Portugal da nota “lixo” ou pelo menos que alterem o Outlook de Portugal antes de Setembro.

Será que vamos conseguir?

Será que toda esta austeridade e reformas anunciadas (algumas em execução) vão conseguir convencer os mercados?

E será que este sucesso, caso aconteça, não seja um factor de relaxamento do próximo governo que deite por terra todo o esforço que os portugueses estão a fazer até 2014?

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