sábado, 26 de setembro de 2009

Vira o disco e toca o mesmo



Amanhã é o dia das eleições.

Quem me conhece sabe que desde o tempo do Santana Lopes que ando a criticar o governo pelo que se amanhã ganhar o PSD passarei a criticar o PSD pois não me interessa qual a cor partidária que nos governa, o que me interessa é chamar a atenção para os desgovernos de quem nos governa.

Eu sempre disse que Marques Mendes tinha um discurso substancial e clarificador mas nunca iria ganhar uma eleição porque não tinha físico para ficar bem na TV, agora veio a Manuela Ferreira Leite que além de não ter físico também não sabe falar, pelo que será mesmo um milagre que o PSD ganhe as eleições.

Quanto ao José Sócrates nunca vi um político tão bem falante e charmoso, apenas superado pela asfixia democrática que se tem vivido desde que ele é governo em que tentaram e em alguns casos conseguiram “fazer a cama” a personalidade como juízes que no pleno uso dos seus direitos e obrigações votaram contra o interesse do PS.

Já para não falar dos casos mediáticos como o da TVI e das suspeitas de escutas a Belém de que tanto se falou nestes últimos dias, sem esquecer os primeiros episódios do professor Charrua que foi demitido apenas porque, em privado, teceu um comentário humorístico e insultuoso contra o José Sócrates ou os casos da polícia e do Ministério da Educação andar a querer saber os nomes dos manifestantes e de quem faz greve.

Ou ainda dos casos menos conhecidos das dezenas de jornalistas que foram perseguidos e processados apenas por fazerem o seu trabalho.

No que à economia diz respeito eu apenas tenho criticado as opções estatizantes (através dos “favores”, subsídios, aumento vertiginoso do endividamento, aumento da despesa e aumento dos impostos) próprias de um governo socialista com as quais não concordo e cujo resultado se mede pela divergência que temos tido com os restantes países desenvolvidos, tornando os portugueses cada vez mais pobres em termos comparativos.

Em relação à honestidade do nosso primeiro-ministro todos conhecemos a forma como chegou a “engenheiro”, o facto de metade da sua família estar acusada ou envolvida em corrupção no caso FreePort e ainda o facto da própria polícia britânica o considerar suspeito de corrupção no mesmo caso. Mesmo que ele seja um santo inocente estas acusações o fragilizam politicamente e devia ter tio o mérito de apenas se recandidatar após a polícia esclarecer essa situação, o que não fez.

Em relação à forma da sua política eu lhe tiro o chapéu pois nunca vi um governante tão profissional a cuidar da sua imagem fazendo transparecer uma competência sem par mas que na verdade, quando se vão ver os resultados, verificamos que essa competência é apenas real no cuidado da sua imagem.

Quanto à extrema-esquerda (CDU e BE) assusta-me o facto de muita gente não conhecer o programa do Bloco de esquerda e ainda assim votar nele apenas porque ele é, tal como o José Sócrates, bem-falante e charmoso. Sem saber que ele defende voltarmos ao PREC pós 25 de Abril onde Portugal ficou de rastos em termos económicos e apenas conseguiu recuperar após Mário Soares ter definido um rumo europeísta que garantia alguma estabilidade e Cavaco Silva ter recuperado a nossa economia apesar de ter errado ao ter aumentado de forma substancial, e para o futuro, as remunerações dos funcionários públicos, criando “O Monstro” de que ele próprio falou.

Mérito seja dado ao José Sócrates porque ele tem vindo a colocar alguma justiça nesse Monstro através da afamada avaliação dos funcionários públicos e da criação do quadro de mobilidade que não mata o Monstro mas aumenta a eficácia dos serviços desde que essa avaliação também sirva para os gestores melhorar os métodos e funcionalidades dos serviços públicos.

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