terça-feira, 7 de julho de 2009

Conversa entre um Espanhol e um Português:





Segunda-feira passada, a meio da tarde, faço a A-6, em direcção a Espanha e na companhia de uma amiga estrangeira; quarta-feira de manhã, refaço o mesmo percurso, em sentido inverso, rumo a Lisboa. Tanto para lá como para cá, é uma auto-estrada luxuosa e fantasma. Em contrapartida, numa breve incursão pela estrada nacional, entre Arraiolos e Borba, vamos encontrar um trânsito cerrado, composto esmagadoramente por camiões de mercadorias espanhóis. Vinda de um país onde as auto-estradas estão sempre cheias, ela está espantada com o que vê:

- É sempre assim, esta auto-estrada?

- Assim, como?

- Deserta, magnífica, sem trânsito?

- É, é sempre assim.

- Todos os dias?

- Todos, menos ao domingo, que sempre tem mais gente.

- Mas, se não há trânsito, porque a fizeram?

- Porque havia dinheiro para gastar dos Fundos Europeus, e porque diziam que o desenvolvimento era isto.

- E têm mais auto-estradas destas?

- Várias e ainda temos outras em construção: só de Lisboa para o Porto, vamos ficar com três. Entre S. Paulo e o Rio de Janeiro, por exemplo, não há nenhuma: só uns quilómetros à saída de S. Paulo e outros à chegada ao Rio. Nós vamos ter três entre o Porto e Lisboa: é a aposta no automóvel, na poupança de energia, nos acordos de Quioto, etc. - respondi, rindo-me.

- E, já agora, porque é que a auto-estrada está deserta e a estrada nacional está cheia de camiões?

- Porque assim não pagam portagem.

- E porque são quase todos espanhóis?

- Vêm trazer-nos comida.

- Mas vocês não têm agricultura?

- Não: a Europa paga-nos para não ter. E os nossos agricultores dizem que produzir não é rentável.

- Mas para os espanhóis é?

- Pelos vistos...

Ela ficou a pensar um pouco e voltou à carga:

- Mas porque não investem antes no comboio?

- Investimos, mas não resultou.

- Não resultou, como?

- Houve aí uns experts que gastaram uma fortuna a modernizar a linha Lisboa-Porto, com comboios pendulares e tudo, mas não resultou.

- Mas porquê?

- Olha, é assim: a maior parte do tempo, o comboio não 'pendula'; e, quando 'pendula', enjoa de morte. Não há sinal de telemóvel nem Internet, não há restaurante, há apenas um bar infecto e, de facto, o único sinal de 'modernidade' foi proibirem de fumar em qualquer espaço do comboio. Por isso, as pessoas preferem ir de carro e a companhia ferroviária do Estado perde centenas de milhões todos os anos.

- E gastaram nisso uma fortuna?

- Gastámos. E a única coisa que se conseguiu foi tirar 25 minutos às três horas e meia que demorava a viagem há cinquenta anos...

- Estás a brincar comigo!

- Não, estou a falar a sério!

- E o que fizeram a esses incompetentes?

- Nada. Ou melhor, agora vão dar-lhes uma nova oportunidade, que é encherem o país de TGV: Porto-Lisboa, Porto-Vigo, Madrid-Lisboa... e ainda há umas ameaças de fazerem outro no Algarve e outro no Centro.

- Mas que tamanho tem Portugal, de cima a baixo?

- Do ponto mais a norte ao ponto mais a sul, 561 km.

Ela ficou a olhar para mim, sem saber se era para acreditar ou não.

- Mas, ao menos, o TGV vai directo de Lisboa ao Porto?

- Não, pára em várias estações: de cima para baixo e se a memória não me falha, pára em Aveiro, para os compensar por não arrancarmos já com o TGV deles para Salamanca; depois, pára em Coimbra para não ofender o prof. Vital Moreira, que é muito importante lá; a seguir, pára numa aldeia chamada Ota, para os compensar por não terem feito lá o novo aeroporto de Lisboa; depois, pára em Alcochete, a sul de Lisboa, onde ficará o futuro aeroporto; e, finalmente, pára em Lisboa, em duas estações.

- Como: então o TGV vem do Norte, ultrapassa Lisboa pelo sul, e depois volta para trás e entra em Lisboa?

- Isso mesmo.

- E como entra em Lisboa?

- Por uma nova ponte que vão fazer.

- Uma ponte ferroviária?

- E rodoviária também: vai trazer mais uns vinte ou trinta mil carros todos os dias para Lisboa.

- Mas isso é o caos, Lisboa já está congestionada de carros!

- Pois é.

- E, então?

- Então, nada. São os especialistas que decidiram assim.

Ela ficou pensativa outra vez. Manifestamente, o assunto estava a fasciná-la.

- E, desculpa lá, esse TGV para Madrid vai ter passageiros? Se a auto-estrada está deserta...

- Não, não vai ter.

- Não vai? Então, vai ser uma ruína!

- Não, é preciso distinguir: para as empresas que o vão construir e para os bancos que o vão capitalizar, vai ser um negócio fantástico! A exploração é que vai ser uma ruína - aliás, já admitida pelo Governo - porque, de facto, nem os especialistas conseguem encontrar passageiros que cheguem para o justificar.

- E quem paga os prejuízos da exploração: as empresas construtoras?

- Naaaão! Quem paga são os contribuintes! Aqui a regra é essa!

- E vocês não despedem o Governo?

- Talvez, mas não serve de muito: quem assinou os acordos para o TGV com Espanha foi a oposição, quando era governo...

- Que país o vosso! Mas qual é o argumento dos governos para fazerem um TGV que já sabem que vai perder dinheiro?

- Dizem que não podemos ficar fora da Rede Europeia de Alta Velocidade.

- O que é isso? Ir em TGV de Lisboa a Helsínquia?

- A Helsínquia, não, porque os países escandinavos não têm TGV.

- Como? Então, os países mais evoluídos da Europa não têm TGV e vocês têm de ter?

- É, dizem que assim entramos mais depressa na modernidade.

Fizemos mais uns quilómetros de deserto rodoviário de luxo, até que ela pareceu lembrar-se de qualquer coisa que tinha ficado para trás:

- E esse novo aeroporto de que falaste, é o quê?

- O novo aeroporto internacional de Lisboa, do lado de lá do rio e a uns 50 quilómetros de Lisboa.

- Mas vocês vão fechar este aeroporto que é um luxo, quase no centro da cidade, e fazer um novo?

- É isso mesmo. Dizem que este está saturado.

- Não me pareceu nada...

- Porque não está: cada vez tem menos voos e só este ano a TAP vai cancelar cerca de 20.000. O que está a crescer são os voos das low-cost, que, aliás, estão a liquidar a TAP.

- Mas, então, porque não fazem como se faz em todo o lado, que é deixar as companhias de linha no aeroporto principal e chutar as low-cost para um pequeno aeroporto de periferia? Não têm nenhum disponível?

- Temos vários. Mas os especialistas dizem que o novo aeroporto vai ser um hub ibérico, fazendo a trasfega de todos os voos da América do Sul para a Europa: um sucesso garantido.

- E tu acreditas nisso?

- Eu acredito em tudo e não acredito em nada. Olha ali ao fundo: sabes o que é aquilo?

- Um lago enorme! Extraordinário!

- Não: é a barragem de Alqueva, a maior da Europa.

- Ena! Deve produzir energia para meio país!

- Praticamente zero.

- A sério? Mas, ao menos, não vos faltará água para beber!

- A água não é potável: já vem contaminada de Espanha.

- Já não sei se estás a gozar comigo ou não, mas, se não serve para beber, serve para regar - ou nem isso?

- Servir, serve, mas vai demorar vinte ou mais anos até instalarem o perímetro de rega, porque, como te disse, aqui acredita-se que a agricultura não tem futuro: antes, porque não havia água; agora, porque há água a mais.

- Estás a dizer-me que fizeram a maior barragem da Europa e não serve para nada?

- Vai servir para regar campos de golfe e urbanizações turísticas, que é o que nós fazemos mais e melhor.

Apesar do sol de frente, impiedoso, ela tirou os óculos escuros e virou-se para me olhar bem de frente:

- Desculpa lá a última pergunta: vocês são doidos ou são ricos?

- Antes, éramos só doidos e fizemos algumas coisas notáveis por esse mundo fora; depois, disseram-nos que afinal éramos ricos e desatámos a fazer todas as asneiras possíveis cá dentro; em breve, voltaremos a ser pobres e enlouqueceremos de vez.

Ela voltou a colocar os óculos de sol e a recostar-se para trás no assento. E suspirou:

- Bem, uma coisa posso dizer: há poucos países tão agradáveis para viajar como Portugal! Olha-me só para esta auto-estrada sem ninguém!


sexta-feira, 26 de junho de 2009

PS chumba compra da TVI pela PT


http://www.agenciafinanceira.iol.pt/noticia.php?id=1072048&div_id=1728

Agora que José Eduardo Moniz vem esclarecer que o governo nada tinha a ver com o negócio e que era bem vinda a compra de 30% da Media Capital (dona da TVI) pela PT e que não estava em causa a sua permanência como director dessa estação e, portanto se iria manter a linha editorial; vem o governo PS de José Sócrates impedir essa mesma compra!!!

O argumento de José Sócrates tem ver com a sua imagem que quer parecer que nada tem a ver com o assunto e para o provar intromete-se no negócio impedindo-o!!!

Se antes havia suspeitas agora já há mais certezas de que o que José Sócrates quer é afastar José Eduardo Moniz da TVI com o chumbo deste negócio. Primeiro diz que nada tem a ver com o assunto e agora impede o negócio, após as declarações favoráveis do próprio José Eduardo Moniz.

Eu cá por mim, que não costumava ver a TVI antes desta corajosa linha editorial não vou perder um único telejornal de sexta-feira da TVI enquanto Manuela Moura Guedes estiver na sua frente.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Caso Freeport - Mais um colaborador de José Sócrates constituído Arguido

http://noticias.pt.msn.com/article.aspx?cp-documentid=148163783#toolbar

Negócio entre PT e TVI: «Sócrates mentiu»



Só um cego é que não vê o que se está a passar com o este negócio, infelizmente metade do país aparenta ser cego.

Mas vamos por partes:

A PT está interessada no negócio dos conteúdos e, por isso a compra da TVI seria bem vinda para ela.

O Governo e a Prisa, dona da TVI e próxima do PS Espanhol, estão interessados em mudar a linha editorial da TVI através do afastamento de José Eduardo Moniz e Manuela Moura Guedes.

Como o governo socialista de José Sócrates não pode mais com o jornalismo de investigação da TVI que lhe causa enorme incómodo, e uma vez que o Estado detém a 100% a CGD e detém a Golden Share na PT conseguiu que a CGD garantisse o dinheiro para que a PT compre a TVI.

Ficam todos a ganhar: PT, Prisa e José Sócrates excepto o contribuinte português e, principalmente o cidadão português. Eu explico:

O Contribuinte fica a perder porque a CGD podia rentabilizar melhor esse dinheiro se não o aplicasse neste empréstimo.

O Cidadão Português fica a perder pois com a saída de José Eduardo Moniz e Manuela Moura Guedes, ficamos sem a única estação que tem tido a coragem de fazer frente ao governo e revelar, olhos nos olhos e com linguagem acessível, as mentiras que o nosso primeiro ministro nos impinge constantemente.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

TGV



João Cravinho, membro do PS e actual administrador do Banco Europeu de Reconstrução e Desenvolvimento defende a abandono do projecto TGV.

Apesar disso, este governo PS continua a fazer orelhas moucas a todos os economistas, até do seu próprio partido.

Eu também gostava de ter TGV, tal como gostava de ter um Ferrari mas se só há dinheiro para um Fiat então porque comprar um TGV, hipotecando o futuro do país? Se ao menos ele fosse rentável… Mas dizem os peritos que não é rentável e que será um elefante branco.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

O fim da nova lei de financiamento dos partidos – Aleluia!



Ainda bem que temos um polícia chamado Cavaco Silva. Apesar dele pouco poder fazer sempre nos vai alertando para a sem-vergonha que grassa na assembleia e governo. Desta vez surtiu efeito e o PS vai deixar cair a nova lei de financiamento dos partidos que era um atentado à transparência e à democracia uma vez que aumentava o dote aos 2 maiores partidos, reduzindo significativamente o bolo aos restantes partidos.

terça-feira, 9 de junho de 2009

Défice nos 6.5% – Bruxelas abre processo contra Portugal



Parece que vamos repetir o mesmo cenário que impopularizou a Manuela Ferreira Leite quando era ministra das finanças, após um (des)governo socialista: Vêm aí tempos difíceis com Bruxelas a mandar em nós por causa do défice orçamental.

Já há 4 anos o PS teve que resolver o défice excessivo causado pela saída de Durão Barroso e consequente desgoverno de Santana Lopes que não teve condições para governar devido a uma interpretação estúpida da lei que obrigou à formação de um novo governo, sem eleições, em vez de haver uma continuidade do governo já formado, desta vez com o seu número 2 que deveria substituir o primeiro ministro em caso de morte ou outra força maior como a que aconteceu.

Agora perfilha-se uma fase igual à de Santana Lopes mas com José Sócrates como protagonista, pois, devido à proximidade das eleições e, após a derrota do partido que sustêm o governo, este fica sem legitimidade política, tal como aconteceu com Santana Lopes, para governar, assim devia restringir-se a um governo de gestão e devia adiantar-se as eleições legislativas para o prazo mais curto possível pelas nossas leis.

Só que agora o défice é mais do dobro do permitido, logo teremos que apertar ainda mais o cinto no futuro.

Será que pelo facto de Portugal não estar só nesta desgraça, Bruxelas será mais branda connosco?


quarta-feira, 3 de junho de 2009

Professor - A História de uma carreira destruida


A minha amiga Andreia Bento, professora de Matemática do secundário, teve a amabilidade de me enviar um texto de MARIA CLOTILDE LOBO, Professora de Matemática aposentada este ano, que resolveu escrever o seguinte texto a explicar o porquê da sua frustação e aposentação antecipada:

A HISTÓRIA DE UMA CARREIRA

Quando deixei a profissão, estava tão revoltada que só queria pensar
noutras coisas. Mas, o que fui observando na Escola, quando a visitava, o
desespero e o excesso de trabalho que vi nos colegas que como eu não
puderam desistir, o caos em que as escolas se transformaram, levaram-me a
escrever estas linhas. Quero divulgar a história de alguém que, como muitos
outros, depois de uma vida de trabalho empenhado e com a consciência de
ter cumprido o seu dever, se sentiu obrigada a abandonar tudo, quase
expulsa, devido ao rumo que as coisas tomaram.

Sempre sonhei ser professora, desde o tempo em que dava aulas às
minhas bonecas ou em que ensinava as primeiras letras aos meus primos mais
novos. Gostaria de ter ingressado no Magistério Primário, mas os meus pais
desejavam que tirasse um curso superior e optei por seguir a área das
Ciências, acabando por me licenciar em Geologia. Iniciei a minha actividade
profissional em Novembro de 1972, no 2º ciclo do Ensino Básico.

Estreei-me, com uma turma de alunos repescados para a escolaridade
obrigatória. Eram crianças que rejeitavam a Escola e com as quais era difícil
trabalhar. Sem qualquer preparação pedagógica, o caminho foi difícil, mas foi
um início determinante no meu percurso profissional.

No ano seguinte, ao ser escolhida para delegada de disciplina, tive a
possibilidade de participar em várias sessões de formação sobre o Ensino
Experimental das Ciências. Estas sessões e as reflexões sobre elas, com os
colegas do grupo disciplinar, muito me ensinaram. Na época, não havia horas
obrigatórias, para além das lectivas, mas trabalhava-se muito mais em grupo,
nas escolas.

Em 75/76 realizei o estágio clássico. A avaliação era realizada a partir
de aulas assistidas pela orientadora. Percebi logo de início, que o mais
importante não era o que os alunos aprendiam, mas o espectáculo que o
professor dava durante a aula. Como a avaliação final era importante, tentei
aprender a lição e segui-la nas aulas assistidas, procurando conseguir uma
avaliação decente.

Após o estágio, continuei uma eterna procura do método mais
adequado para a aprendizagem dos alunos. Em 81/ 82, iniciou-se a
profissionalização em serviço, época dourada na Educação em Portugal, pela
dinâmica que se gerou nas Escolas e pelo trabalho em equipa que foi
realizado. Como delegada de disciplina, tive de acompanhar três formandos
em profissionalização. Considero ter realizado, na época, um novo estágio
pedagógico. O trabalho em equipa foi fundamental. Como a partilha é a
verdadeira formação, após dez anos de serviço, rejuvenesci para a profissão.
Parti à procura de outras respostas, conhecendo, o que chamo a «fada
madrinha» da minha evolução profissional, o Movimento da Escola Moderna
(MEM). Só aí, aprendi o que era um modelo pedagógico e tive formação que
me ajudou a aplicá-lo nas minhas aulas. Participei em sábados pedagógicos,
em congressos, partilhei e reflecti com outros, sobre as práticas de cada um
com objectivo de as melhorar.

As reduções da componente lectiva, de que, entretanto, por força da
idade e do tempo de serviço, comecei a usufruir, não serviram para
descansar, mas para investir numa melhor qualidade do meu trabalho,
preparar mais e melhores materiais para os meus alunos trabalharem e
participar em mais acções de formação.

Durante seis anos trabalhei no ensino recorrente. Vivi a experiência do
trabalho conjunto na sala de aula com outros docentes. Construímos uma
verdadeira equipa educativa, realizamos a articulação horizontal,
trabalhamos os conteúdos de forma transversal, com estreita ligação ao meio
e fazendo uma gestão flexível do tempo, promovemos o crescimento
profissional de todos os envolvidos.

Em 93/ 94 integrei a Comissão Instaladora duma nova Escola. Outra
experiência que, apesar de algum trabalho burocrático, que não era o que
mais me agradava, ainda me permitiu realizar, com a turma que leccionava,
um trabalho interdisciplinar a nível da Área Escola, que me viria a incentivar,
mais tarde, para uma grande aposta na leccionação das novas áreas
curriculares não disciplinares. Passados os dois anos da comissão de serviço,
regressei à minha escola, pois interessava-me mais o trabalho directo com os
alunos.

Voltei a ser eleita Delegada de Disciplina e mais tarde Coordenadora
do Departamento. Em 1999, completei 50 anos de idade. Pensei que chegara
a altura de largar o poder e dar lugar aos mais novos. Eles são, muitas vezes,
uma mais - valia. Por decisão própria pus o cargo à disposição. Continuei, no
entanto, a participar nas várias actividades e a intervir, nas reuniões, com as
minhas opiniões. O grande interesse pelo trabalho em equipa e interdisciplinar
levou-me a apostar nas novas áreas curriculares, de que fui coordenadora.
Mais liberta de cargos pedagógicos, apostei na minha formação e no
melhoramento da minha prática lectiva. Muita dessa formação foi por mim
custeada. Além dessa, realizei um curso de formação especializada na ESE do
Porto e outras acções no Centro de Formação da Escola, tantas, que consegui
mais 20 créditos do que aqueles que eram necessários para progredir e
chegar ao topo da carreira.

Completei 33 anos de serviço, sentia-me realizada na minha profissão.
Continuei a adquirir formação para melhorar a minha prática lectiva e a
intervir nas actividades da Escola e do Departamento. Dei formação
creditada a outros professores da Escola. Tinha a sensação do dever cumprido
e regozijava-me com os progressos conseguidos.

Mas, depois da bonança, veio a tempestade. O PS ganhou as eleições
e o ME passou a ser dirigido pela equipa da Doutora Maria de Lurdes
Rodrigues. De repente, um «lobo mau» surgiu na minha carreira. As afrontas
aos professores começaram. Passamos a ser considerados uns mandriões que
trabalhavam poucas horas. Ninguém nos perguntou o que fazíamos nas horas
«não lectivas». Marcou-se esta componente no horário, sem qualquer critério,
o que, para quem trabalhava a sério, veio roubar muitas das horas que
podiam ser dedicadas à formação, ao trabalho em equipa e à preparação
de aulas. Como queria continuar a ser uma boa profissional, não esmoreci,
passei a trabalhar até altas horas, para preparar e organizar,
convenientemente, a prática lectiva. Seguiu-se o concurso para professores
titulares, a grande «bofetada» no meu esforço de todos os anos de trabalho.
Vinte e oito anos da minha carreira foram «deitados ao lixo», pois só contaram
os últimos sete. Precisamente aqueles em que decidira deixar os cargos, para
investir nas áreas curriculares não disciplinares, na minha formação e continuar
a aperfeiçoar a prática lectiva. Fui penalizada por ter «objectivos individuais»
antes da senhora ministra os exigir. Vi colegas, com metade do tempo de
serviço, terem uma pontuação muito acima da minha e, se não fora ter feito a
formação especializada e a escola ter vagas suficientes, não conseguiria
chegar a professora titular. Não que me interessasse muito chegar a titular, não
concordo com professores de primeira e de segunda, mas o que aconteceria
a quem não o conseguisse, não era claro e tinha medo de vir a ser penalizada
na aposentação.

Achei uma injustiça, mas continuei a cumprir os meus deveres
profissionais. Fiz parte da equipa que elaborou o projecto do Plano de Acção
da Matemática (PAM) da Escola e orientei uma Oficina de Formação para 14
formandos, no âmbito deste projecto, sem qualquer remuneração, apenas a
troco de um bloco de 90 minutos, semanal, na componente não lectiva. Em
cada semana as horas de trabalho cresciam. Com o novo modelo de
avaliação do desempenho, veio uma sobrecarga de reuniões e fichas para
fazer que não tinham fim e o ambiente da escola deteriorou-se. Não se
trabalhava mais em grupo, não se discutiam questões pedagógicas, só a
avaliação era o tema do dia. O Centro de Formação ia fechar e teve de se
acelerar todo o processo da Oficina. Comecei a apontar as horas semanais
que trabalhava para a Escola: quarenta, quarenta e duas, numa semana
chegaram a ser cinquenta e duas! Impossível! Não conseguia conciliar vida
profissional e pessoal. Quase já nem conseguia dormir! Ou deixava de
preparar as aulas e de as dar em condições ou ia parar ao manicómio! Optei
por pedir a aposentação antecipada. Perdi dinheiro, abandonei a profissão
da minha vida, mas tive que dizer: «Basta!»

Por estranho que pareça, a «via-sacra» continuou. Pedi a aposentação
em Maio e esperei até Outubro. O que significou voltar a pegar nas turmas do
ano anterior, para as deixar passado mês e meio. Foi muito penoso, tanto para
mim como para os alunos. O tempo de serviço só contou até Maio. Trabalhei
um mês inteiro, depois de receber a carta da aposentação, e recebi já pela
pensão transitória. Descontaram-me contribuições que dizem não ter feito em
1972 e 73, ao valor monetário actual. Passei a receber, continuamente, e-mails
da DGRHE que me mandavam entregar os objectivos individuais, concorrer ao
concurso para professores titulares, etc. Cada vez que os recebia, recordava o
que se tinha passado e entrei em depressão.

Para me distrair e sentir útil, passei, inocentemente, a ir à Escola, ajudar
um aluno com dificuldades e participar nas reuniões e nos trabalhos do PAM,
projecto em que muito me empenhara. Quando conheci as intenções do ME
em instituir o trabalho voluntário, para os professores aposentados, decidi não
ir mais. O meu trabalho tinha a intenção de ajudar a Escola, colegas e alunos
que o mereciam. Continuar a fazê-lo, seria pactuar com uma instituição que,
pelas suas atitudes, foi a causadora de eu ter abandonado a profissão. Não
podia trabalhar, gratuitamente, para essas pessoas. Se precisam de
professores que contratem os muitos que há, por aí, desempregados.

Gratuitamente, só trabalharei para aqueles a quem devo e o merecem.
Ao MEM e aos meus alunos devo tudo aquilo que progredi e aprendi. Aos
vários Conselhos Executivos e colegas com quem trabalhei devo o respeito e a
consideração que sempre tiveram pelo meu trabalho. À minha família, as
horas de atenção que lhes roubei para dedicar à profissão. Ao Ministério da
educação não devo nada. São eles que me devem!

MARIA CLOTILDE LOBO

Beneficiários do rendimento social não querem emprego


http://www.agenciafinanceira.iol.pt/noticia.php?id=1067882&div_id=1730


Esta notícia demonstra o que o líder do CDS tem vindo a afirmar há anos: O rendimento social de inserção, nos moldes actuais, não serve para a inserção dos beneficiários no mundo de trabalho, porque estes parasitas (e eu provavelmente também o seria se tivesse nessa situação) não querem trabalhar! E é compreensível: trabalhar dá trabalho e só se ganha pouco mais do que o referido subsídio.

É necessário reformular este mecanismo para se tornar efectivamente num meio de inserção e acabar com as fraudes.

 Mas por falar em fraudes, mais grave do que a fraude de quem recebe este subsídio e não faz nada para melhorar a sua situação é a fraude que os números desta notícia revela: 900 Milhões de Euros para 531 empregos por 1 ano?!!! Isso dá 1.7 Milhões de Euros por trabalhador quando estes apenas recebem pouco mais de 6 mil euros cada, ou seja, pouco mais de 0.006 Milhões de Euros, num total de cerca de 3.4 milhões de Euros para os 531 empregos. (que não foram preenchidos!)

 Gastam-se do erário público 900 Milhões de Euros para dar emprego no valor de 3 Milhões?!!! Quem está a embolsar os restantes 897 Milhões de Euros?!!!

 Isto sim é fraude e da grande!!!

segunda-feira, 1 de junho de 2009

«Quem trabalha tem direito a receber»


Infelizmente Portugal é profícuo em casos destes onde são tratados de igual maneira quem trabalha e quem não trabalha. Onde não há respeito pelo empenho e propriedade. Este é mais um caso vergonhoso onde o Estado, representado pelo IGAL, tornou nulo o pagamento das horas extraordinárias destes trabalhadores e que pede a devolução dos montantes auferidos.

O artigo não discrimina as razões que levou o IGAL a considerar nulo este pagamento mas, na minha opinião poderá dar-se 2 casos: ou se prova que o trabalhador não estava a trabalhar ou se alega que o trabalhador tinha isenção de horário. Se o colaborador não esteve a trabalhar e, portanto, foi um abuso de confiança então concordo com a decisão mas se apenas se alegar que o colaborador tinha isenção de horário então estou completamente contra esta decisão pois as isenções de horários apenas servem para escravizar o trabalhador e portanto deviam ser ilegais e abolidas.

Mesmo que no contrato constasse que o colaborador tinha isenção de horário, o facto de receberem horas extraordinárias há vários anos serve, implicitamente, como alteração ao mesmo contrato. Acredito que se for esta a alegação o tribunal deverá dar razão ao colaborador, independentemente deste ser um operário, assessor ou chefe de gabinete.

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Renault Clio (novo) por 8300 Euros


Em Junho será possível comprar em Espanha  um Renault Clio por 8300€, um Twingo por 5800€ e um Sandero por 5250€  - Tudo carros novos e em stock.
Podem ler a notícia em http://www.agenciafinanceira.iol.pt/noticia.php?id=1067065&div_id=1728

EU QUERO SER ESPANHOL!!!


segunda-feira, 18 de maio de 2009

Matrícula electrónica

«Sociedade que vai gerir matrícula electrónica já foi constituída»

A respeito desta notícia o meu amigo Nuno Ferreira deixou-me o seguinte comentário:

Mais uma sociedade de capitais públicos, mais uns quantos tachos para combater o desemprego dos amigos...

O que vale é que agora fica mais fácil de evitar ser apanhado em excesso de velocidade: basta detectar os leitores de RFID das brigadas.
Tudo o que é bandido pode agora ficar a saber quando é que as patrulhas da PSP se aproximam.
E como os polícias vão ficar habituados aos leitores de RFID, vão deixar de olhar para as matrículas.
Ou seja, vai ficar muito mais fácil esconder carros roubados em plena via pública, bastando para isso desactivar o DEM.

O que vale é que eu aposto que o DEM vai servir apenas para cobrar portagens, ao contrário do que diz este DESgoverno, nas SCUT e nas entradas das cidades.

A dos seguros mais baratos, por exemplo, é mentira. O DEM não regista número de quilómetros percorridos.

Mas não deixa de ser uma boa ideia... não para os seguros, mas para o IUC! Que tal um IUC (Imposto Unico de Circulação) baseado nos... quilómetros?

domingo, 17 de maio de 2009

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Primeiro português condenado à prisão por pirataria musical na internet

http://blitz.aeiou.pt/gen.pl?p=stories&op=view&fokey=bz.stories/25431

A justiça portuguesa está de parabéns!

  • Desde a morte de Francisco Sá Carneiro e do eterno mistério que a rodeia, 
  • Ao desaparecimento de Madeleine McCann,  
  • Ao caso Casa Pia 
  • Do caso Portucale
  • Operação Furacão 
  • Da compra dos submarinos 
  • Às escutas ao primeiro-ministro
  • Do caso da Universidade Independente  
  • Ao caso da Universidade Moderna  
  • Do Futebol Clube do Porto  
  • O Apito Dourado
  • Ao Sport Lisboa Benfica 
  • Da corrupção dos árbitros  
  • À corrupção dos autarcas 
  • De Fátima Felgueiras 
  • A Isaltino Morais 
  • Da Braga parques 
  • Ao grande empresário Bibi  
  • Das queixas tardias de Catalina Pestana  
  • Às de João Cravinho 
  • As operações imobiliárias da Obriverca  
  • As alterações dos PDMs para beneficiar construtores.  
  • As acusações feitas por Marinho Pinto bastonário da Ordem dos Advogados e que o MP prometeu investigar.  
  • Dos doentes infectados por acidente e negligência com o vírus da sida? 
  • Do miúdo electrocutado no semáforo  
  • Do outro afogado num parque aquático?  
  • Das crianças assassinadas na Madeira  
  • Do mistério dos crimes imputados ao padre Frederico?  
  • Do autarca alentejano queimado no seu carro e cuja cabeça foi roubada do Instituto de Medicina Legal?  
  • A miúda desaparecida em Figueira?  
  • Todas as crianças desaparecida antes delas, quem as procurou? 
  • As famosas fotografias de Teresa Costa Macedo? Aquelas em que ela reconheceu imensa gente 'importante', jogadores de futebol, milionários, políticos, onde estão? 
  • Os crimes de evasão fiscal de Artur Albarran  
  • Os negócios escuros do grupo Carlyle do senhor Carlucci em Portugal, onde é que isso pára? 
  • O mesmo grupo Carlyle onde labora o ex-ministro Martins da Cruz, apeado por causa de um pequeno crime sem importância, o da cunha para a sua filha. 
  • E aquele médico do Hospital de Santa Maria, suspeito de ter assassinado doentes por negligência? 
  • A distribuição aos amigos das casas da Câmara de Lisboa 
  •  
  • Pois é... a justiça portuguesa está de Parabéns!
  • Depois de anos e anos a batalhar eis que surgem os primeiros resultados.


Prenderam um jovem que fez um download de música ...
... VIVA!!!!

Primeiro português condenado à prisão por pirataria musical na Internet!...
O Indivíduo poderá passar entre 60 a 90 dias atrás das grades por ter feito o download e partilhado música ilegalmente com outros utilizadores!...

Confirmam-se as declarações do Bastonário dos Advogados:

'O Ministério Público é muito forte com os fracos e muito fraco com os fortes', afirmou.
'Existe em Portugal uma criminalidade muito importante, do mais nocivo para o Estado e para a sociedade, e andam por aí alguns impunemente a exibir os benefícios e os lucros dessa criminalidade, sem haver mecanismos para lhes tocar. Alguns até ocupam cargos relevantes no aparelho de Estado português, ostensivamente', afirmou Marinho Pinto, citado pelos jornais portugueses. Segundo afirmou, 'o fenómeno da corrupção é um dos cenários que mais ameaça a saúde do Estado de direito em Portugal'.

domingo, 3 de maio de 2009

Diferenças entre EUA e Portugal

Texto da autoria do "António" que o meu amigo Simão teve a amabilidade de enviar e que espelha bem as diferenças entre Portugal e os Estados Unidos da América:

Estava há dias a falar com um amigo meu Nova-iorquino que conhece bem Portugal, o Eddie Cox,  que alguns de vós conheceu da última vez que cá esteve num barbecue em minha casa… Dizia-lhe eu à boa maneira portuguesa de “coitadinhos” : - Sabes Eddie, nós os portugueses somos pobres ...
Esta foi a sua resposta:

António, como podes tu dizer que sois pobres, quando sois capaz de pagar por um litro de gasolina, mais do triplo do que pago eu?

Quando vos dais ao luxo de pagar tarifas de electricidade, de telemóvel 80 % mais caras do que nos custam a nós nos EUA?
Como podes tu dizer que sois pobres quando pagais comissões bancárias por serviços bancários e cartas de crédito ao triplo que nos custam nos EUA?

Ou quando podem pagar por um carro que a mim me custa 12.000 US Dólares  (9.000 EUROS) e vocês pagam mais de 20.000 EUROS, pelo mesmo carro? Podem dar mais de 11.000 EUROS de presente ao vosso governo e nós não.


António, francamente não te entendo!

Nós é que somos pobres: por exemplo em New York o Governo Estatal, tendo em conta a precária situação financeira dos seus habitantes cobra somente 2 % de IVA, mais 4% que é o imposto Federal, isto é 6%, nada comparado com os 20% dos ricos que vivem em Portugal. E contentes com estes 20%, pagais ainda impostos municipais.

Além disso, são vocês que têm “ impostos de luxo” como são os impostos na gasolina e gás, álcool, cigarros, cerveja, vinhos etc, que faz com que esses produtos cheguem em certos casos até certos a 300 % do valor original., e outros como imposto sobre a renda, impostos nos salários, impostos sobre automóveis novos, sobre bens pessoais, sobre bens das empresas, de circulação automóvel.

Um Banco privado vai à falência e vocês que não têm nada com isso pagam, outro, uma espécie de casino, o vosso Banco Privado quebra, e vocês protegem-no com o dinheiro que enviam para o Estado. E vocês pagam ao vosso Governador do Banco de Portugal, um vencimento anual que é quase 3 vezes mais que o do Governador do Banco Federal dos EUA...

Sois pobres onde António?

Um país que é capaz de cobrar o Imposto sobre Ganhos por adiantado e Bens pessoais mediante retenções, necessariamente tem de nadar na abundância, porque considera que os negócios da nação e de todos os seus habitantes sempre terão ganhos apesar dos assaltos, do saque fiscal, da corrupção dos seus governantes e autarcas. Um país capaz de pagar salários irreais aos seus funcionários de estado e da iniciativa privada.

Deixa-te de merdas António, sois pobres onde?

Os pobres somos nós, os que vivemos nos USA e que não pagamos impostos sobre a renda se ganhamos menos de 3.000 dólares ao mês por pessoa, isto é mais ou menos os vossos 2.370 €uros. Vocês podem pagar impostos do lixo, sobre o consumo da água, do gás e electricidade. Aí pagam segurança privada nos Bancos, urbanizações, municipais, enquanto nós como somos pobres nos conformamos com a segurança pública.

Vocês enviam os filhos para colégios privados, enquanto nós aqui nos EUA as escolas públicas emprestam os livros aos nossos filhos prevendo que não os podemos comprar.

Vocês não são pobres, gastam é muito mal o vosso dinheiro. Ou então, vocês Potugueses são uns estúpidos ou uns mansos de merda!


Que vou responder ao Eddie?

Por favor dêem-me sugestões.

quarta-feira, 29 de abril de 2009

A PIDE está de regresso

http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1377325

 Não é a primeira vez que isto acontece. Na verdade, sob o abrigo deste governo, estamos a assistir ao regresso da PIDE.

São Mário Soares, salva-nos deste governo PS/Fascista onde se incentiva comportamentos denunciantes e persecutórios, onde se exalta os homens e mulheres usando modernas técnicas de propaganda e censura. Onde se governa para as estatísticas e para as eleições.

terça-feira, 28 de abril de 2009

"Incumprimento de pagamentos atinge 159%"


Eu devo ser muito estúpido, porque não percebi nada destes números cujos valores são falsos ou, no mínimo, meramente sensacionalistas.
Para já, é falso/errado o título desta notícia onde se lê "incumprimento de pagamentos atinge 159%", quanto muito podiam querer dizer que a taxa de incumprimento aumentou 159% o que seria, no mínimo uma maneira sensacionalista de fazer notícia, e fiquei sem ter a certeza qual a taxa de incumprimento.

sábado, 25 de abril de 2009

Obrigatório estudar até os 18 anos de idade ou até o 12º ano de escolaridade?

http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1376604

A confusão é cada vez maior nos meios de comunicação social: há jornais que dizem que a nova lei é para obrigar a estudar até os 18 anos de idade, outros dizem que é para obrigar a fazer o 12º ano de escolaridade.

É que se for a primeira opção então já concordo mas se for a 2ª opção então é claramente um golpe para melhorar artificialmente as estatísticas.

.

Bartoon:

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Portugueses vão ter 12º ano por decreto

http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1376166

 Em vez de criar as condições para que todos consigam o 12º ano, o governo vai decretar que todos tenham o 12º ano. Em vez de termos competências vamos ter um diploma.

No entanto, os que fizeram 6 anos de ensino superior (Licenciatura+profissionalização) não tem oportunidade de fazer equivalência para os actuais mestrados que apenas exigem 5 anos de ensino superior.

Porque estes critérios tão diferentes?


quinta-feira, 23 de abril de 2009

Se Jesus fosse professor em Portugal:

"Naquele tempo, Jesus subiu ao monte seguido pela multidão e, sentado sobre uma grande pedra, deixou que os seus discípulos e seguidores se aproximassem. Depois, tomando a palavra, ensinou-os dizendo:

Em verdade vos digo, bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus. Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados. Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles...

Pedro interrompeu:
- Temos que aprender isso de cor?
André disse:
- Temos que copiá-lo para o caderno?
Tiago perguntou:
- Vamos ter teste sobre isso?
Filipe lamentou-se:
- Não trouxe o papiro-diário.
Bartolomeu quis saber:
- Temos de tirar apontamentos?
João levantou a mão:
- Posso ir à casa de banho?
Judas exclamou:
- Para que é que serve isto tudo?
Tomé inquietou-se:
- Há fórmulas? vamos resolver problemas?
Tadeu reclamou:
- Mas porque é que não nos dás a sebenta e... pronto!?
Mateus queixou-se:
- Eu não entendi nada... ninguém entendeu nada!


Um dos fariseus presentes, que nunca tinha estado diante de uma multidão nem ensinado nada, tomou a palavra e dirigiu-se a Ele, dizendo:

Onde está a tua planificação?
Qual é a nomenclatura do teu plano de aula nesta intervenção didáctica mediatizada?
E a avaliação diagnóstica?
E a avaliação institucional?
Quais são as tuas expectativas de sucesso?
Tens para a abordagem da área em forma globalizada, de modo a permitir o acesso à significação dos contextos, tendo em conta a bipolaridade da transmissão?
Quais são as tuas estratégias conducentes à recuperação dos conhecimentos prévios?
Respondem estes aos interesses e necessidades do grupo de modo a assegurar a significatividade do processo de ensino-aprendizagem?
Incluíste actividades integradoras com fundamento epistemológico produtivo?
E os espaços alternativos das problemáticas curriculares gerais?
Propiciaste espaços de encontro para a coordenação de acções transversais e longitudinais que fomentem os vínculos operativos e cooperativos das áreas concomitantes?
Quais são os conteúdos conceptuais, processuais e atitudinais que respondem aos fundamentos lógico, praxeológico e metodológico constituídos pelos núcleos generativos disciplinares, transdisciplinares, interdisciplinares e metadisciplinares?

Caifás, o pior de todos, disse a Jesus:
- Quero ver as avaliações do primeiro, segundo e terceiro períodos e reservo-me o direito de, no final, aumentar as notas dos teus discípulos, para que ao Rei não lhe falhem as previsões de um ensino de qualidade e não se lhe estraguem as estatísticas do sucesso. Serás notificado em devido tempo pela via mais adequada. E vê lá se reprovas alguém! Lembra-te que ainda não és titular e não há quadros de nomeação definitiva.

     ... E Jesus pediu a reforma antecipada aos trinta e três anos..."


 
PS: não sei se o supra referido "Rei" se refere a uma certa ministra ou a um determinado zézinho, alguém tem uma pista?

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Incentivo ao abate de veículos passou a ser mentira!

http://economia.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1374728

 Desconto sobre zero quanto é?

 o Jornalista esqueceu-se de referir que o incentivo apenas contempla carros com menos de 120g/Km de CO2 e que estes, contam-se pelos dedos os poucos que existem e o seu imposto automóvel é de cerca de 200€, ora aumentar em 250€ (para 1250€ ou 1500€) o desconto sobre algo que já não se pagava nada é publicidade enganosa, como é apanágio deste governo.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Banco de Portugal: economia nacional vai contrair 3,5%

http://www.agenciafinanceira.iol.pt/noticia.php?id=1056776&div_id=1730

…e o défice?

Antigamente só se falava do défice orçamentar em percentagem do PIB, agora avança-se com toda a espécie de número mas esquece-se aquele que se tornou a referência dos portugueses: o défice orçamental.

Será para nos tapar a vista?