domingo, 30 de agosto de 2009

TGV Lisboa-Barreiro?!!


http://www.agenciafinanceira.iol.pt/noticia.php?id=1085564&div_id=1728

Foi com espanto que descobri que para o TGV vai ser construída a ponte Lisboa-Barreiro!!! Ainda por cima o concurso acaba este segunda-feira, mesmo antes das eleições. Isto é um roubo descarado à carteira do contribuinte!

Eu sempre defendi que caso se opte por construir uma 3ª travessia rodoviária do Tejo, esta devia ser entre Lisboa e Barreiro para beneficiar o Barreiro no entanto, não faz sentido nenhum construir uma ponte no Barreiro para o TGV ir do Aeroporto de Alcochete para a Gare do Oriente em Lisboa!

Para o comboio que liga o aeroporto de Alcochete a Lisboa ter que ir dar a volta ao Barreiro então mais vale que dê a volta a Almada e venha pela 25 de Abril, desse modo não tem que se gastar não sei quantos milhões e o tempo de percurso é pouco maior com a vantagem de poder parar em mais estações em Lisboa. (Além disso o Barreiro já ficaria ligado por comboio)

Além disso entre Alcochete e Lisboa não é necessário um TGV!!! Basta um comboio urbano, mais barato e com maior frequência. O que nunca foi construído na Portela.

Se o preço do bilhete do TGV é superior ao preço do bilhete de um avião então os portugueses devem ver este projecto apenas como uma alternativa ao avião e não andar a pensar que o TGV deve para em tudo o que é sítio. A única linha que faz sentido é entre o Aeroporto de Alcochete e Madrid, pois os poucos quilómetros entre Alcochete e Lisboa custam uma fortuna que não se justifica pois o dinheiro seria mais bem empregue na Educação e na Saúde por exemplo.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Governo de Sócrates conseguiu reduzir despesa?


http://noticias.pt.msn.com/article.aspx?cp-documentid=148859104

Quando li este título, em vários jornais e telejornais, até fiquei aliviado e pensei: “afinal ao contrário do que vem nos manuais de política económica, este governo conseguiu reduzir a despesa” Mas quando fui ler o artigo na íntegra reparo que o valor considerado não é nem o valor nominal nem o valor real mas sim o valor em percentagem do PIB!!!

Ora, qualquer economista sério dirá que isto não passa de manipulação de números, se queremos ser sérios nesta análise devíamos olhar para o valor real (valor nominal corrigido da inflação).

Portanto, esta notícia não passa de manipulação dos números e vem na orientação que José Sócrates tem defendido em fazer análises em percentagem do PIB em vez de fazer análises em valores reais.

Ora para este estudo ser sério devia ter em consideração os valores reais da despesa do Estado. Só assim é que se pode comparar de um ano para o outro.

Se este estudo fosse até este ano então, usando o mesmo critério da percentagem sobre o PIB, os resultados seriam inversos e o mesmo autor concluiria o contrário: Governo de Sócrates aumentou a despesa.

Portanto este estudo não tem a mínima seriedade e os jornalistas deviam ter mais formação económica antes de darem visibilidade a este mero exercício de manipulação.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

¿Por qué fracasa el comunismo?


Quem tiver tempo agradeço que traduza para português.
("Promedio" significa "média aritmética"):

Un reconocido profesor de economía de la Universidad norteamericana Texas Tech alegó que él nunca había reprobado a uno de sus estudiantes pero que, en una ocasión, tuvo que raspar la clase entera. Cuenta que esa clase le insistió que el comunismo sí funcionaba, que en éste sistema no existían ni pobres ni ricos, sino un igualitarismo total.

El profesor les propuso a sus alumnos hacer un experimento en clase sobre el comunismo: Todas las notas iban a ser promediadas y a todos los estudiantes se les asignaría la misma nota de forma que nadie sería reprobado y nadie sacaría una A.

· Después del primer examen, las notas fueron promediadas y todos los estudiantes sacaron B. Los estudiantes que se habían preparado muy bien estaban molestos y los estudiantes que estudiaron poco estaban contentos.

· Pero, cuando presentaron el segundo examen, los estudiantes que estudiaron poco estudiaron aún menos, y los estudiantes que habían estudiado duro decidieron no trabajar tan duro ya que no iban a lograr obtener una A; y, así, también estudiaron menos. ¡El promedio del segundo examen fue D! Nadie estuvo contento.

· Pero cuando se llevó a cabo el tercer examen, toda la clase sacó F: ¡Raspados todos!

Las notas nunca mejoraron. Los estudiantes empezaron a pelear entre si, culpándose los unos a los otros por las malas notas hasta llegar a insultos y resentimientos, ya que ninguno estaba dispuesto a estudiar para que se beneficiara otro que no lo hacía.

Para el asombro de toda la clase, ¡Todos perdieron el año! Y el profesor les preguntó si ahora entendían la razón del gran fracaso del comunismo.

Es sencillo; simplemente se debe a que el ser humano está dispuesto a sacrificarse trabajando muy duro cuando la recompensa es muy atractiva y justifica el esfuerzo; pero cuando el gobierno quita ese incentivo, nadie va a hacer el sacrificio necesario para lograr la excelencia.

Finalmente, el fracaso será general.

Nota: Winston Churchill, premio Nobel en 1953 dijo al respecto, "es la filosofía del fracaso, el credo de los ignorantes, la predica de la envidia, su misión es distribuir la miseria de forma igualitaria para el pueblo.


sábado, 18 de julho de 2009

Porque é tão difícil simplificar?


Para uma organização (ou Estado) ser mais eficaz por vezes tem que ser menos eficiente, mais simples e desburocratizada, o que a torna mais magra e ágil. No entanto, quando alguém tem soluções para este problema fica completamente esmagado pelos lobbies instituídos, até se convencer que a sua solução é mais um problema do que solução.

Para ilustrar este meu corolário nada melhor do que contar a fábula dos porcos assados:

Certa vez, aconteceu um incêndio num bosque onde havia alguns porcos, que foram assados pelo fogo. Os homens, acostumados a comer carne crua, experimentaram e acharam deliciosa a carne assada. A partir dai, toda vez que queriam comer porco assado, incendiavam um bosque... Até que descobriram um novo método.

Mas o que quero contar é o que aconteceu quando tentaram mudar o SISTEMA para implantar um novo. Fazia tempo que as coisas não iam lá muito bem: as vezes, os animais ficavam queimados demais ou parcialmente crus. O processo preocupava muito a todos, porque se o SISTEMA falhava, as perdas ocasionadas eram muito grandes - milhões eram os que se alimentavam de carne assada e também milhões os que se ocupavam com a tarefa de assa-los. Portanto, o SISTEMA simplesmente não podia falhar. Mas, curiosamente, quanto mais crescia a escala do processo, mais parecia falhar e maiores eram as perdas causadas.

Em razão das inúmeras deficiências, aumentavam as queixas. Já era um clamor geral a necessidade de reformar profundamente o SISTEMA. Congressos, seminários e conferências passaram a ser realizados anualmente para buscar uma solução. Mas parece que não acertavam o melhoramento do mecanismo. Assim, no ano seguinte, repetiam-se os congressos, seminários e conferências.

As causas do fracasso do SISTEMA, segundo os especialistas, eram atribuídas a indisciplina dos porcos, que não permaneciam onde deveriam, ou a inconstante natureza do fogo, tão difícil de controlar, ou ainda as arvores, excessivamente verdes, ou a humidade da terra ou ao serviço de informações meteorológicas, que não acertava o lugar, o momento e a quantidade das chuvas.

As causas eram, como se vê, difíceis de determinar - na verdade, o sistema para assar porcos era muito complexo. Fora montada uma grande estrutura: maquinaria diversificada, indivíduos dedicados exclusivamente a acender o fogo - incendiadores que eram também especializados (incediadores da Zona Norte, da Zona Oeste, etc, incendiadores nocturnos e diurnos - com especialização matutina e vespertina - incendiador de verão, de inverno etc). Havia especialista também em ventos - os anemotécnicos. Havia um director geral de assamento e alimentação assada, um director de técnicas ígneas (com seu Conselho Geral de Assessores), um administrador geral de reflorestamento, uma comissão de treinamento profissional em Porcologia, um instituto superior de cultura e técnicas alimentícias (ISCUTA) e o bureau orientador de reforma igneooperativas.

Havia sido projectada e encontrava-se em plena actividade a formação de bosques e selvas, de acordo com as mais recentes técnicas de implantação - utilizando-se regiões de baixa humidade e onde os ventos não soprariam mais que três horas seguidas.

Eram milhões de pessoas trabalhando na preparação dos bosques, que logo seriam incendiados. Havia especialistas estrangeiros estudando a importação das melhores arvores e sementes, o fogo mais potente etc. Havia grandes instalações para manter os porcos antes do incêndio, alem de mecanismos para deixa-los sair apenas no momento oportuno.

Foram formados professores especializados na construção dessas instalações. Pesquisadores trabalhavam para as universidades para que os professores fossem especializados na construção das instalações para porcos. Fundações apoiavam os pesquisadores que trabalhavam para as universidades que preparavam os professores especializados na construção das instalações para porcos etc.

As soluções que os congressos sugeriam eram, por exemplo, aplicar triangularmente o fogo depois de atingida determinada velocidade do vento, soltar os porcos 15 minutos antes que o incêndio médio da floresta atingisse 47 graus e posicionar ventiladores gigantes em direcção oposta a do vento, de forma a direccionar o fogo. Não é preciso dizer que os poucos especialistas estavam de acordo entre si, e que cada um embasava suas idéias em dados e pesquisas específicos.

Um dia, um incendiador categoria AB/SODM-VCH (ou seja, um acendedor de bosques especializado em sudoeste diurno, matutino, com bacharelado em verão chuvoso) chamado João Bom-Senso resolveu dizer que o problema era muito fácil de ser resolvido - bastava, primeiramente, matar o porco escolhido, limpando e cortando adequadamente o animal, colocando-o então numa armação metálica sobre brasas, até que o efeito do calor - e não as chamas - assasse a carne.

Tendo sido informado sobre as idéias do funcionário, o director geral de assamento mandou chamá-lo ao seu gabinete, e depois de ouvi-lo pacientemente, disse-lhe:

"Tudo o que o senhor disse esta muito bem, mas não funciona na prática. O que o senhor faria, por exemplo, com os anemotécnicos, caso viéssemos a aplicar a sua teoria? Onde seria empregado todo o conhecimento dos acendedores de diversas

especialidades?".

"Não sei", disse João.

"E os especialistas em sementes? Em arvores importadas? E os desenhistas de instalações para porcos, com suas maquinas purificadores automáticas de ar?".

"Não sei" respondeu o João.

"E os anemotécnicos que levaram anos especializando-se no exterior, e cuja formação custou tanto dinheiro ao pais? Vou manda-los limpar porquinhos? E os conferencistas e estudiosos, que ano após ano tem trabalhado no Programa de Reforma e Melhoramentos? Que faço com eles, se a sua solução resolver tudo? Heim?".

"Não sei", repetiu João, encabulado.

"O senhor percebe, agora, que a sua idéia não vem ao encontro daquilo de que necessitamos? O senhor não vê que se tudo fosse tão simples, nossos especialistas já teriam encontrado a solução há muito tempo atrás? O senhor, com certeza, compreende que eu não posso simplesmente convocar os anemotécnicos e dizer-lhes que tudo se resume a utilizar brasinhas, sem chamas! O que o senhor espera que eu faça com os quilómetros e quilómetros de bosques já preparados, cujas arvores não dão frutos e nem tem folhas para dar sombra? Vamos, diga-me?".

"Não sei, não, senhor".

"Diga-me, nossos três engenheiros em Porcopirotecnia, o senhor não considera que sejam personalidades científicas do mais extraordinário valor?".

"Sim, parece que sim".

"Pois então. O simples fato de possuirmos valiosos engenheiros em Porcopirotecnia indica que nosso sistema é muito bom. O que eu faria com indivíduos tão importantes para o país?"

"Não sei".

"Viu? O senhor tem que trazer soluções para certos problemas específicos - por exemplo, como melhorar as anemotécnicas actualmente utilizadas, como obter mais rapidamente acendedores de Oeste (nossa maior carência) ou como construir instalações para porcos com mais de sete andares. Temos que melhorar o sistema, e não transforma-lo radicalmente, o senhor, entende? Ao senhor, falta-lhe sensatez!".

"Realmente, eu estou perplexo!", respondeu João.

"Bem, agora que o senhor conhece as dimensões do problema, não saia dizendo por ai que pode resolver tudo. O problema é bem mais sério e complexo do que o senhor imagina. Agora, entre nós, devo recomendar-lhe que não insista nessa sua idéia - isso poderia trazer problemas para o senhor no seu cargo. Não por mim, o senhor entende. Eu falo isso para o seu próprio bem, porque eu o compreendo, entendo perfeitamente o seu posicionamento, mas o senhor sabe que pode encontrar outro superior menos compreensivo, não é mesmo?".

João Bom-Senso, coitado, não falou mais um "a". Sem despedir-se, meio atordoado, meio assustado com a sua sensação de estar caminhando de cabeça para baixo, saiu de fininho e ninguém nunca mais o viu.

(se souberem o autor desta fábula, digam-me para lhe dar o devido crédito).

terça-feira, 7 de julho de 2009

Conversa entre um Espanhol e um Português:





Segunda-feira passada, a meio da tarde, faço a A-6, em direcção a Espanha e na companhia de uma amiga estrangeira; quarta-feira de manhã, refaço o mesmo percurso, em sentido inverso, rumo a Lisboa. Tanto para lá como para cá, é uma auto-estrada luxuosa e fantasma. Em contrapartida, numa breve incursão pela estrada nacional, entre Arraiolos e Borba, vamos encontrar um trânsito cerrado, composto esmagadoramente por camiões de mercadorias espanhóis. Vinda de um país onde as auto-estradas estão sempre cheias, ela está espantada com o que vê:

- É sempre assim, esta auto-estrada?

- Assim, como?

- Deserta, magnífica, sem trânsito?

- É, é sempre assim.

- Todos os dias?

- Todos, menos ao domingo, que sempre tem mais gente.

- Mas, se não há trânsito, porque a fizeram?

- Porque havia dinheiro para gastar dos Fundos Europeus, e porque diziam que o desenvolvimento era isto.

- E têm mais auto-estradas destas?

- Várias e ainda temos outras em construção: só de Lisboa para o Porto, vamos ficar com três. Entre S. Paulo e o Rio de Janeiro, por exemplo, não há nenhuma: só uns quilómetros à saída de S. Paulo e outros à chegada ao Rio. Nós vamos ter três entre o Porto e Lisboa: é a aposta no automóvel, na poupança de energia, nos acordos de Quioto, etc. - respondi, rindo-me.

- E, já agora, porque é que a auto-estrada está deserta e a estrada nacional está cheia de camiões?

- Porque assim não pagam portagem.

- E porque são quase todos espanhóis?

- Vêm trazer-nos comida.

- Mas vocês não têm agricultura?

- Não: a Europa paga-nos para não ter. E os nossos agricultores dizem que produzir não é rentável.

- Mas para os espanhóis é?

- Pelos vistos...

Ela ficou a pensar um pouco e voltou à carga:

- Mas porque não investem antes no comboio?

- Investimos, mas não resultou.

- Não resultou, como?

- Houve aí uns experts que gastaram uma fortuna a modernizar a linha Lisboa-Porto, com comboios pendulares e tudo, mas não resultou.

- Mas porquê?

- Olha, é assim: a maior parte do tempo, o comboio não 'pendula'; e, quando 'pendula', enjoa de morte. Não há sinal de telemóvel nem Internet, não há restaurante, há apenas um bar infecto e, de facto, o único sinal de 'modernidade' foi proibirem de fumar em qualquer espaço do comboio. Por isso, as pessoas preferem ir de carro e a companhia ferroviária do Estado perde centenas de milhões todos os anos.

- E gastaram nisso uma fortuna?

- Gastámos. E a única coisa que se conseguiu foi tirar 25 minutos às três horas e meia que demorava a viagem há cinquenta anos...

- Estás a brincar comigo!

- Não, estou a falar a sério!

- E o que fizeram a esses incompetentes?

- Nada. Ou melhor, agora vão dar-lhes uma nova oportunidade, que é encherem o país de TGV: Porto-Lisboa, Porto-Vigo, Madrid-Lisboa... e ainda há umas ameaças de fazerem outro no Algarve e outro no Centro.

- Mas que tamanho tem Portugal, de cima a baixo?

- Do ponto mais a norte ao ponto mais a sul, 561 km.

Ela ficou a olhar para mim, sem saber se era para acreditar ou não.

- Mas, ao menos, o TGV vai directo de Lisboa ao Porto?

- Não, pára em várias estações: de cima para baixo e se a memória não me falha, pára em Aveiro, para os compensar por não arrancarmos já com o TGV deles para Salamanca; depois, pára em Coimbra para não ofender o prof. Vital Moreira, que é muito importante lá; a seguir, pára numa aldeia chamada Ota, para os compensar por não terem feito lá o novo aeroporto de Lisboa; depois, pára em Alcochete, a sul de Lisboa, onde ficará o futuro aeroporto; e, finalmente, pára em Lisboa, em duas estações.

- Como: então o TGV vem do Norte, ultrapassa Lisboa pelo sul, e depois volta para trás e entra em Lisboa?

- Isso mesmo.

- E como entra em Lisboa?

- Por uma nova ponte que vão fazer.

- Uma ponte ferroviária?

- E rodoviária também: vai trazer mais uns vinte ou trinta mil carros todos os dias para Lisboa.

- Mas isso é o caos, Lisboa já está congestionada de carros!

- Pois é.

- E, então?

- Então, nada. São os especialistas que decidiram assim.

Ela ficou pensativa outra vez. Manifestamente, o assunto estava a fasciná-la.

- E, desculpa lá, esse TGV para Madrid vai ter passageiros? Se a auto-estrada está deserta...

- Não, não vai ter.

- Não vai? Então, vai ser uma ruína!

- Não, é preciso distinguir: para as empresas que o vão construir e para os bancos que o vão capitalizar, vai ser um negócio fantástico! A exploração é que vai ser uma ruína - aliás, já admitida pelo Governo - porque, de facto, nem os especialistas conseguem encontrar passageiros que cheguem para o justificar.

- E quem paga os prejuízos da exploração: as empresas construtoras?

- Naaaão! Quem paga são os contribuintes! Aqui a regra é essa!

- E vocês não despedem o Governo?

- Talvez, mas não serve de muito: quem assinou os acordos para o TGV com Espanha foi a oposição, quando era governo...

- Que país o vosso! Mas qual é o argumento dos governos para fazerem um TGV que já sabem que vai perder dinheiro?

- Dizem que não podemos ficar fora da Rede Europeia de Alta Velocidade.

- O que é isso? Ir em TGV de Lisboa a Helsínquia?

- A Helsínquia, não, porque os países escandinavos não têm TGV.

- Como? Então, os países mais evoluídos da Europa não têm TGV e vocês têm de ter?

- É, dizem que assim entramos mais depressa na modernidade.

Fizemos mais uns quilómetros de deserto rodoviário de luxo, até que ela pareceu lembrar-se de qualquer coisa que tinha ficado para trás:

- E esse novo aeroporto de que falaste, é o quê?

- O novo aeroporto internacional de Lisboa, do lado de lá do rio e a uns 50 quilómetros de Lisboa.

- Mas vocês vão fechar este aeroporto que é um luxo, quase no centro da cidade, e fazer um novo?

- É isso mesmo. Dizem que este está saturado.

- Não me pareceu nada...

- Porque não está: cada vez tem menos voos e só este ano a TAP vai cancelar cerca de 20.000. O que está a crescer são os voos das low-cost, que, aliás, estão a liquidar a TAP.

- Mas, então, porque não fazem como se faz em todo o lado, que é deixar as companhias de linha no aeroporto principal e chutar as low-cost para um pequeno aeroporto de periferia? Não têm nenhum disponível?

- Temos vários. Mas os especialistas dizem que o novo aeroporto vai ser um hub ibérico, fazendo a trasfega de todos os voos da América do Sul para a Europa: um sucesso garantido.

- E tu acreditas nisso?

- Eu acredito em tudo e não acredito em nada. Olha ali ao fundo: sabes o que é aquilo?

- Um lago enorme! Extraordinário!

- Não: é a barragem de Alqueva, a maior da Europa.

- Ena! Deve produzir energia para meio país!

- Praticamente zero.

- A sério? Mas, ao menos, não vos faltará água para beber!

- A água não é potável: já vem contaminada de Espanha.

- Já não sei se estás a gozar comigo ou não, mas, se não serve para beber, serve para regar - ou nem isso?

- Servir, serve, mas vai demorar vinte ou mais anos até instalarem o perímetro de rega, porque, como te disse, aqui acredita-se que a agricultura não tem futuro: antes, porque não havia água; agora, porque há água a mais.

- Estás a dizer-me que fizeram a maior barragem da Europa e não serve para nada?

- Vai servir para regar campos de golfe e urbanizações turísticas, que é o que nós fazemos mais e melhor.

Apesar do sol de frente, impiedoso, ela tirou os óculos escuros e virou-se para me olhar bem de frente:

- Desculpa lá a última pergunta: vocês são doidos ou são ricos?

- Antes, éramos só doidos e fizemos algumas coisas notáveis por esse mundo fora; depois, disseram-nos que afinal éramos ricos e desatámos a fazer todas as asneiras possíveis cá dentro; em breve, voltaremos a ser pobres e enlouqueceremos de vez.

Ela voltou a colocar os óculos de sol e a recostar-se para trás no assento. E suspirou:

- Bem, uma coisa posso dizer: há poucos países tão agradáveis para viajar como Portugal! Olha-me só para esta auto-estrada sem ninguém!


sexta-feira, 26 de junho de 2009

PS chumba compra da TVI pela PT


http://www.agenciafinanceira.iol.pt/noticia.php?id=1072048&div_id=1728

Agora que José Eduardo Moniz vem esclarecer que o governo nada tinha a ver com o negócio e que era bem vinda a compra de 30% da Media Capital (dona da TVI) pela PT e que não estava em causa a sua permanência como director dessa estação e, portanto se iria manter a linha editorial; vem o governo PS de José Sócrates impedir essa mesma compra!!!

O argumento de José Sócrates tem ver com a sua imagem que quer parecer que nada tem a ver com o assunto e para o provar intromete-se no negócio impedindo-o!!!

Se antes havia suspeitas agora já há mais certezas de que o que José Sócrates quer é afastar José Eduardo Moniz da TVI com o chumbo deste negócio. Primeiro diz que nada tem a ver com o assunto e agora impede o negócio, após as declarações favoráveis do próprio José Eduardo Moniz.

Eu cá por mim, que não costumava ver a TVI antes desta corajosa linha editorial não vou perder um único telejornal de sexta-feira da TVI enquanto Manuela Moura Guedes estiver na sua frente.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Caso Freeport - Mais um colaborador de José Sócrates constituído Arguido

http://noticias.pt.msn.com/article.aspx?cp-documentid=148163783#toolbar

Negócio entre PT e TVI: «Sócrates mentiu»



Só um cego é que não vê o que se está a passar com o este negócio, infelizmente metade do país aparenta ser cego.

Mas vamos por partes:

A PT está interessada no negócio dos conteúdos e, por isso a compra da TVI seria bem vinda para ela.

O Governo e a Prisa, dona da TVI e próxima do PS Espanhol, estão interessados em mudar a linha editorial da TVI através do afastamento de José Eduardo Moniz e Manuela Moura Guedes.

Como o governo socialista de José Sócrates não pode mais com o jornalismo de investigação da TVI que lhe causa enorme incómodo, e uma vez que o Estado detém a 100% a CGD e detém a Golden Share na PT conseguiu que a CGD garantisse o dinheiro para que a PT compre a TVI.

Ficam todos a ganhar: PT, Prisa e José Sócrates excepto o contribuinte português e, principalmente o cidadão português. Eu explico:

O Contribuinte fica a perder porque a CGD podia rentabilizar melhor esse dinheiro se não o aplicasse neste empréstimo.

O Cidadão Português fica a perder pois com a saída de José Eduardo Moniz e Manuela Moura Guedes, ficamos sem a única estação que tem tido a coragem de fazer frente ao governo e revelar, olhos nos olhos e com linguagem acessível, as mentiras que o nosso primeiro ministro nos impinge constantemente.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

TGV



João Cravinho, membro do PS e actual administrador do Banco Europeu de Reconstrução e Desenvolvimento defende a abandono do projecto TGV.

Apesar disso, este governo PS continua a fazer orelhas moucas a todos os economistas, até do seu próprio partido.

Eu também gostava de ter TGV, tal como gostava de ter um Ferrari mas se só há dinheiro para um Fiat então porque comprar um TGV, hipotecando o futuro do país? Se ao menos ele fosse rentável… Mas dizem os peritos que não é rentável e que será um elefante branco.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

O fim da nova lei de financiamento dos partidos – Aleluia!



Ainda bem que temos um polícia chamado Cavaco Silva. Apesar dele pouco poder fazer sempre nos vai alertando para a sem-vergonha que grassa na assembleia e governo. Desta vez surtiu efeito e o PS vai deixar cair a nova lei de financiamento dos partidos que era um atentado à transparência e à democracia uma vez que aumentava o dote aos 2 maiores partidos, reduzindo significativamente o bolo aos restantes partidos.

terça-feira, 9 de junho de 2009

Défice nos 6.5% – Bruxelas abre processo contra Portugal



Parece que vamos repetir o mesmo cenário que impopularizou a Manuela Ferreira Leite quando era ministra das finanças, após um (des)governo socialista: Vêm aí tempos difíceis com Bruxelas a mandar em nós por causa do défice orçamental.

Já há 4 anos o PS teve que resolver o défice excessivo causado pela saída de Durão Barroso e consequente desgoverno de Santana Lopes que não teve condições para governar devido a uma interpretação estúpida da lei que obrigou à formação de um novo governo, sem eleições, em vez de haver uma continuidade do governo já formado, desta vez com o seu número 2 que deveria substituir o primeiro ministro em caso de morte ou outra força maior como a que aconteceu.

Agora perfilha-se uma fase igual à de Santana Lopes mas com José Sócrates como protagonista, pois, devido à proximidade das eleições e, após a derrota do partido que sustêm o governo, este fica sem legitimidade política, tal como aconteceu com Santana Lopes, para governar, assim devia restringir-se a um governo de gestão e devia adiantar-se as eleições legislativas para o prazo mais curto possível pelas nossas leis.

Só que agora o défice é mais do dobro do permitido, logo teremos que apertar ainda mais o cinto no futuro.

Será que pelo facto de Portugal não estar só nesta desgraça, Bruxelas será mais branda connosco?


quarta-feira, 3 de junho de 2009

Professor - A História de uma carreira destruida


A minha amiga Andreia Bento, professora de Matemática do secundário, teve a amabilidade de me enviar um texto de MARIA CLOTILDE LOBO, Professora de Matemática aposentada este ano, que resolveu escrever o seguinte texto a explicar o porquê da sua frustação e aposentação antecipada:

A HISTÓRIA DE UMA CARREIRA

Quando deixei a profissão, estava tão revoltada que só queria pensar
noutras coisas. Mas, o que fui observando na Escola, quando a visitava, o
desespero e o excesso de trabalho que vi nos colegas que como eu não
puderam desistir, o caos em que as escolas se transformaram, levaram-me a
escrever estas linhas. Quero divulgar a história de alguém que, como muitos
outros, depois de uma vida de trabalho empenhado e com a consciência de
ter cumprido o seu dever, se sentiu obrigada a abandonar tudo, quase
expulsa, devido ao rumo que as coisas tomaram.

Sempre sonhei ser professora, desde o tempo em que dava aulas às
minhas bonecas ou em que ensinava as primeiras letras aos meus primos mais
novos. Gostaria de ter ingressado no Magistério Primário, mas os meus pais
desejavam que tirasse um curso superior e optei por seguir a área das
Ciências, acabando por me licenciar em Geologia. Iniciei a minha actividade
profissional em Novembro de 1972, no 2º ciclo do Ensino Básico.

Estreei-me, com uma turma de alunos repescados para a escolaridade
obrigatória. Eram crianças que rejeitavam a Escola e com as quais era difícil
trabalhar. Sem qualquer preparação pedagógica, o caminho foi difícil, mas foi
um início determinante no meu percurso profissional.

No ano seguinte, ao ser escolhida para delegada de disciplina, tive a
possibilidade de participar em várias sessões de formação sobre o Ensino
Experimental das Ciências. Estas sessões e as reflexões sobre elas, com os
colegas do grupo disciplinar, muito me ensinaram. Na época, não havia horas
obrigatórias, para além das lectivas, mas trabalhava-se muito mais em grupo,
nas escolas.

Em 75/76 realizei o estágio clássico. A avaliação era realizada a partir
de aulas assistidas pela orientadora. Percebi logo de início, que o mais
importante não era o que os alunos aprendiam, mas o espectáculo que o
professor dava durante a aula. Como a avaliação final era importante, tentei
aprender a lição e segui-la nas aulas assistidas, procurando conseguir uma
avaliação decente.

Após o estágio, continuei uma eterna procura do método mais
adequado para a aprendizagem dos alunos. Em 81/ 82, iniciou-se a
profissionalização em serviço, época dourada na Educação em Portugal, pela
dinâmica que se gerou nas Escolas e pelo trabalho em equipa que foi
realizado. Como delegada de disciplina, tive de acompanhar três formandos
em profissionalização. Considero ter realizado, na época, um novo estágio
pedagógico. O trabalho em equipa foi fundamental. Como a partilha é a
verdadeira formação, após dez anos de serviço, rejuvenesci para a profissão.
Parti à procura de outras respostas, conhecendo, o que chamo a «fada
madrinha» da minha evolução profissional, o Movimento da Escola Moderna
(MEM). Só aí, aprendi o que era um modelo pedagógico e tive formação que
me ajudou a aplicá-lo nas minhas aulas. Participei em sábados pedagógicos,
em congressos, partilhei e reflecti com outros, sobre as práticas de cada um
com objectivo de as melhorar.

As reduções da componente lectiva, de que, entretanto, por força da
idade e do tempo de serviço, comecei a usufruir, não serviram para
descansar, mas para investir numa melhor qualidade do meu trabalho,
preparar mais e melhores materiais para os meus alunos trabalharem e
participar em mais acções de formação.

Durante seis anos trabalhei no ensino recorrente. Vivi a experiência do
trabalho conjunto na sala de aula com outros docentes. Construímos uma
verdadeira equipa educativa, realizamos a articulação horizontal,
trabalhamos os conteúdos de forma transversal, com estreita ligação ao meio
e fazendo uma gestão flexível do tempo, promovemos o crescimento
profissional de todos os envolvidos.

Em 93/ 94 integrei a Comissão Instaladora duma nova Escola. Outra
experiência que, apesar de algum trabalho burocrático, que não era o que
mais me agradava, ainda me permitiu realizar, com a turma que leccionava,
um trabalho interdisciplinar a nível da Área Escola, que me viria a incentivar,
mais tarde, para uma grande aposta na leccionação das novas áreas
curriculares não disciplinares. Passados os dois anos da comissão de serviço,
regressei à minha escola, pois interessava-me mais o trabalho directo com os
alunos.

Voltei a ser eleita Delegada de Disciplina e mais tarde Coordenadora
do Departamento. Em 1999, completei 50 anos de idade. Pensei que chegara
a altura de largar o poder e dar lugar aos mais novos. Eles são, muitas vezes,
uma mais - valia. Por decisão própria pus o cargo à disposição. Continuei, no
entanto, a participar nas várias actividades e a intervir, nas reuniões, com as
minhas opiniões. O grande interesse pelo trabalho em equipa e interdisciplinar
levou-me a apostar nas novas áreas curriculares, de que fui coordenadora.
Mais liberta de cargos pedagógicos, apostei na minha formação e no
melhoramento da minha prática lectiva. Muita dessa formação foi por mim
custeada. Além dessa, realizei um curso de formação especializada na ESE do
Porto e outras acções no Centro de Formação da Escola, tantas, que consegui
mais 20 créditos do que aqueles que eram necessários para progredir e
chegar ao topo da carreira.

Completei 33 anos de serviço, sentia-me realizada na minha profissão.
Continuei a adquirir formação para melhorar a minha prática lectiva e a
intervir nas actividades da Escola e do Departamento. Dei formação
creditada a outros professores da Escola. Tinha a sensação do dever cumprido
e regozijava-me com os progressos conseguidos.

Mas, depois da bonança, veio a tempestade. O PS ganhou as eleições
e o ME passou a ser dirigido pela equipa da Doutora Maria de Lurdes
Rodrigues. De repente, um «lobo mau» surgiu na minha carreira. As afrontas
aos professores começaram. Passamos a ser considerados uns mandriões que
trabalhavam poucas horas. Ninguém nos perguntou o que fazíamos nas horas
«não lectivas». Marcou-se esta componente no horário, sem qualquer critério,
o que, para quem trabalhava a sério, veio roubar muitas das horas que
podiam ser dedicadas à formação, ao trabalho em equipa e à preparação
de aulas. Como queria continuar a ser uma boa profissional, não esmoreci,
passei a trabalhar até altas horas, para preparar e organizar,
convenientemente, a prática lectiva. Seguiu-se o concurso para professores
titulares, a grande «bofetada» no meu esforço de todos os anos de trabalho.
Vinte e oito anos da minha carreira foram «deitados ao lixo», pois só contaram
os últimos sete. Precisamente aqueles em que decidira deixar os cargos, para
investir nas áreas curriculares não disciplinares, na minha formação e continuar
a aperfeiçoar a prática lectiva. Fui penalizada por ter «objectivos individuais»
antes da senhora ministra os exigir. Vi colegas, com metade do tempo de
serviço, terem uma pontuação muito acima da minha e, se não fora ter feito a
formação especializada e a escola ter vagas suficientes, não conseguiria
chegar a professora titular. Não que me interessasse muito chegar a titular, não
concordo com professores de primeira e de segunda, mas o que aconteceria
a quem não o conseguisse, não era claro e tinha medo de vir a ser penalizada
na aposentação.

Achei uma injustiça, mas continuei a cumprir os meus deveres
profissionais. Fiz parte da equipa que elaborou o projecto do Plano de Acção
da Matemática (PAM) da Escola e orientei uma Oficina de Formação para 14
formandos, no âmbito deste projecto, sem qualquer remuneração, apenas a
troco de um bloco de 90 minutos, semanal, na componente não lectiva. Em
cada semana as horas de trabalho cresciam. Com o novo modelo de
avaliação do desempenho, veio uma sobrecarga de reuniões e fichas para
fazer que não tinham fim e o ambiente da escola deteriorou-se. Não se
trabalhava mais em grupo, não se discutiam questões pedagógicas, só a
avaliação era o tema do dia. O Centro de Formação ia fechar e teve de se
acelerar todo o processo da Oficina. Comecei a apontar as horas semanais
que trabalhava para a Escola: quarenta, quarenta e duas, numa semana
chegaram a ser cinquenta e duas! Impossível! Não conseguia conciliar vida
profissional e pessoal. Quase já nem conseguia dormir! Ou deixava de
preparar as aulas e de as dar em condições ou ia parar ao manicómio! Optei
por pedir a aposentação antecipada. Perdi dinheiro, abandonei a profissão
da minha vida, mas tive que dizer: «Basta!»

Por estranho que pareça, a «via-sacra» continuou. Pedi a aposentação
em Maio e esperei até Outubro. O que significou voltar a pegar nas turmas do
ano anterior, para as deixar passado mês e meio. Foi muito penoso, tanto para
mim como para os alunos. O tempo de serviço só contou até Maio. Trabalhei
um mês inteiro, depois de receber a carta da aposentação, e recebi já pela
pensão transitória. Descontaram-me contribuições que dizem não ter feito em
1972 e 73, ao valor monetário actual. Passei a receber, continuamente, e-mails
da DGRHE que me mandavam entregar os objectivos individuais, concorrer ao
concurso para professores titulares, etc. Cada vez que os recebia, recordava o
que se tinha passado e entrei em depressão.

Para me distrair e sentir útil, passei, inocentemente, a ir à Escola, ajudar
um aluno com dificuldades e participar nas reuniões e nos trabalhos do PAM,
projecto em que muito me empenhara. Quando conheci as intenções do ME
em instituir o trabalho voluntário, para os professores aposentados, decidi não
ir mais. O meu trabalho tinha a intenção de ajudar a Escola, colegas e alunos
que o mereciam. Continuar a fazê-lo, seria pactuar com uma instituição que,
pelas suas atitudes, foi a causadora de eu ter abandonado a profissão. Não
podia trabalhar, gratuitamente, para essas pessoas. Se precisam de
professores que contratem os muitos que há, por aí, desempregados.

Gratuitamente, só trabalharei para aqueles a quem devo e o merecem.
Ao MEM e aos meus alunos devo tudo aquilo que progredi e aprendi. Aos
vários Conselhos Executivos e colegas com quem trabalhei devo o respeito e a
consideração que sempre tiveram pelo meu trabalho. À minha família, as
horas de atenção que lhes roubei para dedicar à profissão. Ao Ministério da
educação não devo nada. São eles que me devem!

MARIA CLOTILDE LOBO

Beneficiários do rendimento social não querem emprego


http://www.agenciafinanceira.iol.pt/noticia.php?id=1067882&div_id=1730


Esta notícia demonstra o que o líder do CDS tem vindo a afirmar há anos: O rendimento social de inserção, nos moldes actuais, não serve para a inserção dos beneficiários no mundo de trabalho, porque estes parasitas (e eu provavelmente também o seria se tivesse nessa situação) não querem trabalhar! E é compreensível: trabalhar dá trabalho e só se ganha pouco mais do que o referido subsídio.

É necessário reformular este mecanismo para se tornar efectivamente num meio de inserção e acabar com as fraudes.

 Mas por falar em fraudes, mais grave do que a fraude de quem recebe este subsídio e não faz nada para melhorar a sua situação é a fraude que os números desta notícia revela: 900 Milhões de Euros para 531 empregos por 1 ano?!!! Isso dá 1.7 Milhões de Euros por trabalhador quando estes apenas recebem pouco mais de 6 mil euros cada, ou seja, pouco mais de 0.006 Milhões de Euros, num total de cerca de 3.4 milhões de Euros para os 531 empregos. (que não foram preenchidos!)

 Gastam-se do erário público 900 Milhões de Euros para dar emprego no valor de 3 Milhões?!!! Quem está a embolsar os restantes 897 Milhões de Euros?!!!

 Isto sim é fraude e da grande!!!

segunda-feira, 1 de junho de 2009

«Quem trabalha tem direito a receber»


Infelizmente Portugal é profícuo em casos destes onde são tratados de igual maneira quem trabalha e quem não trabalha. Onde não há respeito pelo empenho e propriedade. Este é mais um caso vergonhoso onde o Estado, representado pelo IGAL, tornou nulo o pagamento das horas extraordinárias destes trabalhadores e que pede a devolução dos montantes auferidos.

O artigo não discrimina as razões que levou o IGAL a considerar nulo este pagamento mas, na minha opinião poderá dar-se 2 casos: ou se prova que o trabalhador não estava a trabalhar ou se alega que o trabalhador tinha isenção de horário. Se o colaborador não esteve a trabalhar e, portanto, foi um abuso de confiança então concordo com a decisão mas se apenas se alegar que o colaborador tinha isenção de horário então estou completamente contra esta decisão pois as isenções de horários apenas servem para escravizar o trabalhador e portanto deviam ser ilegais e abolidas.

Mesmo que no contrato constasse que o colaborador tinha isenção de horário, o facto de receberem horas extraordinárias há vários anos serve, implicitamente, como alteração ao mesmo contrato. Acredito que se for esta a alegação o tribunal deverá dar razão ao colaborador, independentemente deste ser um operário, assessor ou chefe de gabinete.