segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Será que eu estou surdo?

É que eu ouvi, ao vivo, as declarações do representante da OCDE onde ele afirma que Portugal tem que DIMINUIR os impostos, nomeadamente, sobre o trabalho. Mas em todos os jornais e telejornais ouvi o contrário, que ele pede o AUMENTO do IVA, do IMI, etc.


Meus caros jornalistas, se tivessem ouvido com atenção o relatório da OCDE veriam que retiraram as palavras do contexto. Ele sugere que, caso não seja possível, no imediato, reduzir a carga fiscal então poderia haver uma redistribuição da carga fiscal do IRS para o IVA e IMI e outros impostos sobre o consumo.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

TGV: troço Poceirão-Caia vai custar o dobro do anunciado


Contas ainda nem sequer incluem ligação a Lisboa e 3ª travessia, que é a parte mais cara da obra

O troço do TGV entre o Poceirão e a fronteira de Caia custa quase três mil milhões de euros: o dobro do anunciado. Para além deste valor, o Estado pagará, todos os anos, consoante o número de comboios que utilizarem a linha. E o pior: nestas contas não entram ainda a ligação a Lisboa, que inclui a terceira ponte sobre o Tejo, precisamente a parte mais cara da obra.

Para o economista João César das Neves, «os números são assustadores. Numa altura em que todos sabemos que é preciso cortar, que há gente a sofrer, que o desemprego aumenta e é difícil aguentar as prestações sociais para os desempregados, vamos alegremente assinar uma coisa destas. É difícil de entender como pode alguém entrar nisto».

A TVI consultou os anexos ao contrato, que revelam uma despesa pública substancialmente superior à divulgada nos documentos publicados pelo Ministério das Obras Públicas. O custo da construção anunciada era de 1.359 milhões de euros, mais 12 milhões por ano de manutenção. No contrato, a manutenção é afinal de 15 milhões e 680 mil euros por ano.

Só nessa rubrica, a Refer, empresa pública para a ferrovia, fica obrigada a pagar 580 milhões de euros. A isto acrescem pagamentos anuais entre os 20 e os 70 milhões de euros, num total de 1.347 milhões pela disponibilidade da linha. Mais 176 milhões de entrada, pagos pelo Estado e pela Refer e 662 milhões de euros de fundos comunitários. Contas feitas: 2.765 milhões de euros mais inflação.

«Estamos a falar de uma monstruosidade», diz César das Neves. «Há uns anos, quando analisei o assunto, o custo total da ligação de Lisboa a Madrid é o que eles agora contrataram para o troço do Poceirão a Caia. E a ligação a Lisboa, embora tenha menos quilómetros, é muito mais cara, porque tem terrenos urbanos, túneis e a terceira ponte sobre o Tejo. Já para não falar das derrapagens, mas à partida isto vai ficar muito mais caro».

Mas há mais: o Estado fica ainda obrigado a pagar 412 euros e meio por cada comboio que passar na linha para além do previsto, ou seja, cerca de 150 mil euros extra por ano. Por cada comboio de mercadorias, que passar na linha convencional a construir pelo concessionário, o Estado terá de desembolsar 230 euros: se num ano passarem 300 comboios a mais, a factura será de 69 mil euros.

Se alguma coisa correr mal, o concessionário privado, nos termos do contrato, tem garantida uma taxa interna de rentabilidade próxima dos 12 por cento. Ou seja, o concessionário tem o lucro garantido. E o Estado tem despesa garantida...
 
Em http://www.agenciafinanceira.iol.pt/economia/tgv-despesa-cesar-das-neves-agencia-financeira-poceirao-caia/1193241-1730.html
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terça-feira, 21 de setembro de 2010

Diminuir salários?

Diminuir salários poderá ser uma salvação do orçamento a curto prazo mas apenas será a prova de que o governo não soube governar e se vê forçado a esta medida extrema.

Diminuir salários pode ser uma necessidade de curto prazo mas não resolve o problema, apenas o adia.

O problema só será solucionado com a reestruturação e emagrecimento do Estado.

Para dar apenas um exemplo de onde se deve cortar apresento a denúncia que o Economista Cantiga Esteves fez ontem no debate promovido pela Ordem dos Economistas, para debater o caderno de encargos do próximo orçamento:

«São 13.740 entidades que recebem dinheiros públicos», afirmou o economista, explicando que segundo os seus cálculos existem no perímetro do orçamento 356 institutos públicos, 639 fundações, 343 empresas públicas municipais e 87 Parcerias Público Privadas (PPP). «Precisamos disto tudo?», questionou o economista, querendo passar uma «mensagem de racionalização», com o objectivo de o Estado conseguir controlar as contas públicas.

Até porque «há indicações de que as autarquias e as empresas públicas estão a endividar-se de forma completamente avassaladora». E «disparamos com PPP para todo o lado», o que «distorce o número de investimentos, o endividamento» e o que está orçamentado.

Leia o resto em http://www.agenciafinanceira.iol.pt/economia/oe-dinheiro-contas-publicas-instituicoes-economia-agencia-financeira/1193055-1730.html
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segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Derrapagem das contas públicas

Em http://www.agenciafinanceira.iol.pt/economia/defice-dgo-subsector-estado-fmi-divida-agencia-financeira/1192945-1730.html

Confirma-se aquilo que a oposição já suspeitava: o Governo não está a reduzir a despesa, pelo contrário esta está a aumentar vertiginosamente: 2.7% no total e mais grave ainda: 5% naquela despesa que é directamente controlável pelo governo: a despesa primária corrente (sem juros).

A receita fiscal aumentou 1.8% conforme o esperado, muito devido ao aumento em 20% do IVA que os produtos de primeira necessidade sofreram (a taxa passou de 5% para 6% o que representa um aumento de 20% na respectiva taxa), Sendo o aumento total da receita dos impostos indirecto (leia-se IVA) de mais de 10%

Apesar deste aumento astronómico dos impostos pagos pelos mais pobres a receita total apenas aumentou 1.8% devido à diminuição da actividade económica das empresas.

Conclusão: Este governo insiste em tirar aos mais pobres para dar aos mais ricos, principalmente, aos "amigos" do PS.
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quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Portugal paga juros recorde.

http://www.agenciafinanceira.iol.pt/mercados/portugal-agencia-financeira-igcp-markets-emissao-divida/1190080-1727.html

De facto a dívida Portuguesa é maior do que a Grega, uma das mais altas do mundo, e por isso os investidores oneram o juro a pagar com o seguro de risco elevadíssimo necessário uma vez que Portugal está à beira da falência podendo entrar em banca rota.

O problema de Portugal é estrutural e não se vê o governo empenhado em reduzir a despesa pública e estrutural para evitar o cenário de falência do país.
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quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Compensa ter filhos? – Impostos sobre o trabalho.

O artigo publicado em http://www.agenciafinanceira.iol.pt/economia/impostos-familias-filhos-carga-fiscal-ocde-agencia-financeira/1188310-1730.html diz que um trabalhador médio sem filhos em Portugal paga de IRS 16% contra os 21% da média da OCDE o que parece ser uma boa notícia.

Também diz que uma família média com 2 filhos para 11% contra os 6% da OCDE o que de facto é uma péssima notícia.

Assim se pode observar que Portugal faz muito pouco para incentivar a natalidade na classe média.

Mas olhando para o primeiro número que parecia uma boa notícia onde um português médio sem filhos paga 16% contra os 21% da OCDE o artigo esquece-se que se deve adicionar, pelo menos, mais 35% de contribuição social (das quais apenas 11% aparece discriminado no recibo do vencimento para nos iludir) o que significa que o português médio em Portugal paga no total mais de 50% do seu salário em impostos directos sobre o trabalho, para não falar dos restantes impostos indirectos (IVA, etc.)

Se um trabalhador gastar todo o seu salário, não conseguindo poupar nada, verifica-se que paga mais de 70% em impostos.

É triste verificar que três quartos do nosso vencimento vai para o Estado.

Assim como iremos conseguir ter crescimento económico?
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