quinta-feira, 26 de maio de 2011

Belmiro de Azevedo: Devia-se investigar porque os Portugueses estão 30% mais pobres.

Belmiro de Azevedo refere que «alguém foi responsável por todos os portugueses estarem 30 a 40 por cento mais pobres neste período mais recente», considerando que «tem que haver culpados»

O membro do Banco Central da Islândia Gylfi Zoega defendeu que Portugal deve investigar quem está na origem do elevado endividamento do Estado e bancos, e porque o fez.

«Temos de ir aos incentivos. Quem ganhou com isto? No meu país eu sei quem puxou os cordelinhos, porque o fizeram e o que fizeram, e Portugal precisa de fazer o mesmo. De analisar porque alguém teve esse incentivo, no Governo e nos bancos, para pedirem tanto emprestado e como se pode solucionar esse problema no futuro», disse.
Fonte: http://www.agenciafinanceira.iol.pt/economia/crise-pobreza-belmiro-de-azevedo-economia-dinheiro/1256208-1730.html
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terça-feira, 17 de maio de 2011

Justiça: 15 vezes mais lenta do que noutros paises semelhantes a Portugal

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Os processos judiciais de primeira instância em Portugal demoram, em média, 15 vezes mais tempo a chegar ao fim do que na Finlândia, aponta um estudo hoje apresentado que compara Portugal a países com características semelhantes.

O estudo «Países Como Nós», desenvolvido pelo jornal «Expresso» e pela consultora PricewaterhouseCoopers, foi conduzido nos últimos dois meses e, sob coordenação do docente Diogo Freitas do Amaral, comparou Portugal com países semelhantes em número de habitantes ou de Produto Interno Bruto (PIB), do qual são exemplo, entre outros, a Finlândia, a Bélgica, o Chile ou a República Checa.

A despesa do Estado português com a Justiça é regra geral semelhante à de outros «países como nós», indica o estudo, que diz ainda que a Finlândia tem um número de juízes semelhante ao de Portugal, mas tem somente um décimo dos advogados no activo.
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Fonte: http://www.agenciafinanceira.iol.pt/economia/justica-processos-portugal-finlandia-chile-agencia-financeira/1253824-1730.html
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domingo, 8 de maio de 2011

Afinal o IVA aumenta outra vez: para os 25%

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De facto o memorando de entendimento da troika não fala em subida do IVA, apenas da passagem para um escalão superior do IVA de muitos produto que actualmente beneficiam do escalão mínimo.

No entanto diz que a Taxa Social Única deverá baixar e ser substituída pelo aumento de outros impostos.

Ora tudo leva a crer que para baixar a Taxa Social Única em 3% deverá ter que se aumentar o IVA em 2% Assim ficaríamos com um IVA de 25%
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Banco Central: Portugal devia investigar quem causou a crise

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O membro do Banco Central da Islândia Gylfi Zoega considera que Portugal deve investigar quem está na origem do elevado endividamento do Estado e bancos, e porque o fez, e que «foi uma bênção» Portugal estar no euro.

«Temos de ir aos incentivos. Quem ganhou com isto? No meu país eu sei quem puxou os cordelinhos, porque o fizeram e o que fizeram, e Portugal precisa de fazer o mesmo. De analisar porque alguém teve esse incentivo, no Governo e nos bancos, para pedirem tanto emprestado e como se pode solucionar esse problema no futuro», diz o responsável.

O economista, que também participou no documentário premiado com um Óscar «Inside Job ¿ A verdade sobre a crise», disse em entrevista à Agência Lusa que Portugal beneficiou muito de estar no euro nesta altura, porque para além do apoio dos seus parceiros da união monetária, terá de resolver os seus problemas estruturais ao invés de recorrer, como muitas vezes no passado, à desvalorização da moeda.

«Talvez para Portugal estar no euro nesta altura seja uma bênção, porque apesar de não conseguir sair do problema de forma tão fácil como antes, através da depreciação [da moeda], vocês têm de lidar com os problemas estruturais que têm», disse.

Islândia deu-se bem com o FMI

A Islândia, na sequência da grave crise económica que sofre desde 2008, derivada do colapso do seu sistema financeiro (que chegou a ser 10 vezes maior que a economia islandesa), também teve de recorrer ao Fundo Monetário Internacional para resolver os seus problemas de financiamento, mas neste caso a experiência não é nada mal vista.

«Penso que o FMI é útil neste sentido, porque é uma instituição que pode ajudar a coordenar as acções. Existem coisas impopulares que têm de ser feitas, e pode ser utilizada como um bode expiatório para essas medidas impopulares, que teriam de ser aplicadas de qualquer forma. Ajuda os políticos locais a justificar aquilo que podiam não conseguir fazer por eles próprios», diz.

O responsável diz mesmo que a experiência do seu país tem sido «muito boa» e que a instituição tem feito um grande esforço de coordenação para garantir que as medidas têm os efeitos desejados.

«A experiência com o FMI acabou por ser muito boa, porque actualmente têm uma tendência para serem muito pragmáticos, para encontrar soluções que funcionem. Tiveram algumas medidas pouco ortodoxas, como os controlos de capital e outras para reduzir o défice, e ajudaram a garantir que o programa estava no caminho certo, visitando todos os ministérios, o banco central. Tem sido um esforço em grande cooperação», explica.

Islândia sem previsão de voltar aos mercados

No entanto, recorrer a ajuda externa tem as suas consequências e a principal tem sido a falta de confiança dos mercados, explica ainda Gylfi Zoega, acrescentando que ainda não existe previsão para quando ou se a Islândia vai conseguir voltar a financiar-se nos mercados.

«[A Islândia] Não tem qualquer acesso aos mercados de capitais actualmente, e é uma questão em aberto. Quanto tempo demorará? Se os mercados ficarão completamente fechados? Se olham para isto como um problema isolado que podem perdoar ou se olham e pensam nisto como algo mais crónico. Portanto, nós não sabemos como vai ser o nosso acesso ao mercado no futuro», afirma.

Na Islândia, por exemplo, foi a banca que esteve na origem do problema. Os banqueiros e a supervisão usaram as instituições financeiras de forma abusiva.

Sobre o caso português, este banqueiro diz que o nosso país tem de baixar salários e depressa.

E o leitor concorda? Acha que Portugal devia investigar e responsabilizar judicialmente quem esteve na origem desta situação?



http://www.agenciafinanceira.iol.pt/economia/endividamento-islandia-divida-crise-agencia-financeira-fmi/1251681-1730.html

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Bartoon

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10 medidas morais que foram "esquecidas":


1.- Combater realmente a corrupção;
2 - Acabar com as pensões vitalícias e / ou pensões em vigor dos políticos (presidentes da república, primeiros-ministros, ministros, deputados e outros quadros (os Srs deputados receberam o seu ordenado aquando da sua actividade como deputado, não têm nada que ter pensões vitalícias nem serem reformados ao fim de 12 anos; quando muito recebem uma percentagem na reforma, mas aos 65 anos de idade como os restantes portugueses - veja-se o caso do Sr. António Seguro que na casa dos 40 anos de idade já tem direito a reforma da Assembleia da República);
3 - Reduzir o nº de deputados para 100;

4 - Reduzir o nº de ministérios e secretarias de estado, institutos e outras entidades criadas artificialmente, algumas desnecessárias e muitas vezes até redundantes, apenas para dar emprego aos "boys";
5 - Acabar com as mordomias na Assembleia da República e no Governo, e ao invés de andarem em carros de luxo, andarem em viaturas mais baratas, ou de transportes públicos, como nos países ricos do Norte da Europa (no dia em que se anunciou o aumento dos impostos por falta de dinheiro, o Estado adquiriu uma viatura na ordem dos 140 mil ? para os VIP's que nos visitarão);

6 - Acabar com os subsídios de reintegração social atribuídos aos vereadores, aos presidentes de Câmara, e outras entidades (multiplique-se o número de vereadores existentes pelo número de municípios e veja-se a enormidade e imoralidade que por aí grassa);

7 - Acabar com as reformas múltiplas, sendo que um cidadão só poderá ter uma única reforma (ao invés de duas e três, como muitos têm);

8 - Criar um tecto para as reformas, sendo que nenhuma poderá ser maior que a do PR;

9 - Acabar com o sigilo bancário de quem pede subsídios;

10 - Criar um quadro da administração do Estado, de modo a que quando um governo mude, não mudem centenas de lugares na administração do Estado;
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quinta-feira, 5 de maio de 2011

PLANO DE AUSTERIDADE

Depois de ler as medidas do plano de austeridade que a troika vai anunciar amanhã e que foi publicado hoje na Agencia Financeira venho dizer com o que concordo e com o que não concordo:


Concordo:

- Desemprego: Mais pessoas irão ter direito a receber o subsídio de desemprego: apenas terão que ter trabalhado 12 meses em vez dos actuais 18 e os Recibos Verdes passam também a ter direito ao subsídio. Em contra-partida o subsídio fica diminuído para 1048€/mês e 18 meses em vez dos actuais 3 anos, tendo ainda uma redução de 10% ao fim de 6 meses.

- Diminuição dos impostos sobre o trabalho (diminuição da taxa social a cargo da empresa).

- Medidas para incentivar o emprego, sobretudo dos mais jovens como:

- Nova lei dos despedimentos baseada no acordo que o governo já tinha feito com os parceiros sociais.

- Criação de uma conta individual do novo fundo de despedimento.

- Privatizações: aos anos que se fala nelas mas ainda não se fez nada.

- Eliminação das Golden Shares.

- Continuação da trajectória descendente do número de funcionários públicos agora alargado à administração local.


PPP (Parcerias Público-Privadas):

- Suspensão do TGV.

- Ser os privados (em função da privatização da ANA) a decidir se fazem o novo Aeroporto, sem financiamento estatal.

- Suspender a concretização de novas PPP (Parcerias Público-Privadas)

- Pedir assistência técnica à UE e ao FMI «para avaliar, pelo menos, as 20 PPP mais significativas, incluindo as principais PPP da Estradas de Portugal». Uma avaliação que deverá estar concluída até Agosto.

- Ser significativamente melhorado os relatórios sobre as PPP no sentido de saber quais os reais custos futuros e de poder ser fiscalizado.


Saúde:

- Taxas Moderadoras diferenciadas para incentivar a ida aos centros de saúde em vez das urgências e proteger os mais pobres.

- Taxas Moderadoras indexadas à inflação.

- “Reformas que aumentarão a eficiência e a efectividade no sector da saúde” embora não saiba que reformas são essas.

- Cortes nas horas extraordinárias na Saúde, pois acredito que levará a uma maior produtividade, embora cada caso seja um caso.


- Aumento do imposto sobre o tabaco

- Revisão das listas de produtos a beneficiar de IVA mínimo embora ache que a electricidade tem taxas a mais que deveriam ser eliminadas em substituição do aumento do IVA e este aumento do IVA devia incidir apenas a partir de um segundo escalão de consumo. De qualquer forma era inadmissível a situação actual onde a Coca-Cola pagava o IVA dos produtos de primeira necessidade.

- Aumento do salário mínimo em função de critérios técnicos e não políticos.

- Redução das pensões acima dos 1500€ em linha com a redução dos salários da função pública já efectuada. uma vez que estas pensões foram conseguidas, na maior parte dos casos de forma menos justa pois a lei anterior onde se baseia estas pensões dizia que só conta os 10 melhores dos últimos 15 anos de trabalho em vez de contar por igual toda a carreira contributiva como diz a nova lei. Além disso há muitas pessoas que acumulam pensões.

- Aumento das pensões mínimas (vamos ver se é de forma “moderada” como dizia a segunda versão do PEC4 (pois a primeira versão falava em ficar congelada) ou em linha com a inflação, para não perder poder de compra, conforme defendia a oposição).

- Congelamento dos salários da função pública uma vez que em muitos casos, principalmente nos mais velhos, o funcionário público ganha mais do que o seu homónimo no privado. Para ser mais justo em vez de se congelar salários devia-se reestruturar carreiras, eliminando os escalões fictícios que existem hoje.

- Restrição em vez de eliminação de promoções.

- Aumento do rácio de solvabilidade dos bancos e respectivos incentivos.

- Racionalização da justiça com criação de juízes especializados e reorganização das comarcas e criação de uma auditoria para entender e propor medidas que diminua os tempos dos processos.

- Diminuição do número de repartições de finanças com a reconversão de muitos funcionários para a área da auditoria/fiscalização.

- Diminuição do número de câmaras e freguesias embora se tenha que ver caso a caso, por exemplo em Lisboa não faz sentido haver tantas freguesias.

- Redução do número de militares.

- Proibição dos militares em aumentar despesa, com a consequente reprogramação militar.

(Concordo com os 2 pontos anteriores desde que não se percam competências estratégicas).

- Descida do IMT (Imposto sobre a compra de casa) para promover a troca de casa e diminuir o endividamento das famílias.

- Intenção de promover o mercado de arrendamento embora apenas tenha visto as medidas restritivas à pose de casa como o aumento do IMI e eliminação gradual das deduções da prestação em sede de IRS. Faltam medidas que permitam o real usufruto dos direitos dos senhorios como o despejo célere do inquilino incumpridor.

- Redução em 15% dos custos operacionais das empresas do sector empresarial do Estado

- Criação de uma auditoria para sabermos quantas entidades existem a comer à mesa do contribuinte para poder decidir quais não são necessárias e extingui-las. (Ao que parece são mais de mil).

- Redução dos «benefícios acessórios em pelo menos 5% por ano entre 2011 e 2014». Entre eles estão carro, telemóvel ou despesas de representação e viagens de que usufruem alguns trabalhadores do sector empresarial do Estado.

- Aplicar limites mais apertados ao endividamento das empresas do Estado.

- Revisão das compensações aos produtores de electricidade renovável pois é escandalosa a situação actual onde uma empresa que também produz electricidade em vez de vender o excedente acaba por a vender na totalidade (a preço subsidiado) e comprar na mesma toda a electricidade que consome, com um grande lucro que é artificial pois é pago por todos nós.


Não sei como vai ser:

- Aumento dos impostos sobre os automóveis.

- Taxa especial sobre a electricidade (terei que ler a directiva 2003/96)

- “Reformas que aumentarão a eficiência e a efectividade no sector da saúde”

- A redução exagerada dos gastos com a ADSE (incluindo ADM e SAD) que prevê reduzir 30% em 2012 e mais 20% em 2013. Reduzir em 50% os gastos com a ADSE é quase a mesma coisa que dizer que se vai acabar com ela. No entanto se esta redução for conseguida apenas com um aumento das taxas moderadoras sem aumentar as custos para o utente das situações mais caras: internamento, intervenções cirúrgicas e exames mais caros (como os TAC e as RM) então poderia concordar.

- Corte em 66% dos benefícios fiscais sobre a Saúde em sede de IRS.

- Cortes nas despesas do transporte de doentes

- Cortes nos meios complementares de diagnóstico.


Ainda não tenho opinião sobre:

- Redução de 4 para 3 anos o reporte de prejuízos para as empresas.


Não concordo:

- Aumento do custo da pose (principalmente no aumento do IMI) de casa para habitação própria, ou seja, se a única propriedade que a pessoa tiver for a casa onde vive.

Conclusão:

A montanha pariu um rato em termos de sacrifícios e a maior parte das medidas anunciada são medidas do mais elementar bom senso que já deviam ter sido tomadas a muito tempo.
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domingo, 1 de maio de 2011

Foi pedido o resgate (Finalmente!)



Foi pedido o resgate


Bom, dado o que está em causa é tão só o futuro dos nossos filhos e a própria sobrevivência da democracia em Portugal, não me parece exagerado perder algum tempo a desmontar a máquina de propaganda dos bandidos que se apoderaram do nosso país.

Já sei que alguns de vós estão fartos de ouvir falar disto e não querem saber, que sou deprimente, etc, mas é importante perceberem que o que nos vai acontecer é, sobretudo, nossa responsabilidade porque não quisemos saber durante demasiado tempo e agora estamos com um pé dentro do abismo e já não há possibilidade de escapar.

Estou convencido que aquilo a que assistimos nos últimos dias é uma verdadeira operação militar e um crime contra a pátria (mais um). Como sabem há muito que ando nos mercados (quantos dos analistas que dizem disparates nas TVs alguma vez estiveram nos ditos mercados?) e acompanho com especial preocupação (o meu Pai diria obsessão) a situação portuguesa há vários anos.

Algumas verdades inconvenientes não batem certo com a "narrativa" socialista há muito preparada e agora posta em marcha pela comunicação social como uma verdadeira operação de PsyOps, montada pelo círculo íntimo do bandido e executada pelos jornalistas e comentadores "amigos" e dependentes das prebendas do poder (quase todos infelizmente, dado o estado do "jornalismo" que temos).

Ora acredito que o plano de operações desta gente não deve andar muito longe disto:

  1. Narrativa: Se Portugal aprovasse o PEC IV não haveria nenhum resgate.

Verdade: Portugal já está ligado à máquina há mais de 1 ano (O BCE todos os dias salva a banca nacional de ter que fechar as portas dando-lhe liquidez e compra obrigações Portuguesas que mais ninguém quer - senão já teríamos taxas de juro nos 20% ou mais).

Ora esta situação não se podia continuar a arrastar, como é óbvio.

Portugal tem que fazer o rollover de muitos milhares de milhões em dívida já daqui a umas semanas só para poder pagar salários! Sócrates sabe perfeitamente que isso é impossível e que estávamos no fim da corda.

O resto é calculismo político e teatro, como sempre fez.


  1. Narrativa: Sócrates estava a defender Portugal e com ele não entrava cá o FMI.

Verdade: Portugal é que tem de se defender deste criminoso louco que levou o país para a ruína (há muito antecipada como todos sabem).

A diabolização do FMI é mais uma táctica dos spin doctors de Sócrates.

O FMI fará sempre parte de qualquer resgate, seja o do mecanismo do EFSF (que é o que está em vigor e foi usado pela Irlanda e pela Grécia), seja o do ESM (que está ainda em discussão entre os 27 e não se sabe quando, nem se, nem como irá ser aprovado).


  1. Narrativa: Estava tudo a correr tão bem e Portugal estava fora de perigo mas vieram estes "irresponsáveis" estragar tudo.

Verdade: Perguntem aos contabilistas do BCE e da Comissão que cá estiveram a ver as contas quanto é que é o real buraco nas contas do Estado e vão cair para o lado (a seu tempo isto tudo se saberá).

Alguém sinceramente fica surpreendido por descobrir que as finanças públicas estão todas marteladas e que os papéis que os socráticos enviam para Bruxelas para mostrar que são bons alunos não têm credibilidade nenhuma?

E acham que lá em Bruxelas são todos parvos e não começam a desconfiar de tanto oásis em Portugal?

Recordo que uma das razões pela qual a Grécia não contou com muita solidariedade alemã foi por ter martelado as contas sistematicamente, minando toda a confiança.

Acham que a Goldman Sachs só fez swaps contabilísticos com Atenas?

E todos sabemos que o Eng.º relativo é um tipo rigoroso, estudioso e duma ética e honestidade à prova de bala, certo?


  1. Narrativa: Os mercados castigaram Portugal devido à crise política desencadeada pela oposição. Agora, com muita pena do incansável patriota Sócrates, vem aí o resgate que seria desnecessário.

Verdade: É óbvio que os mercados não gostaram de ver o PEC chumbado (e que não tinha que ser votado, muito menos agora, mas isso leva-nos a outro ponto), mas o que eles querem saber é se a oposição vai ou não cumprir as metas acordadas à socapa por Sócrates em Bruxelas (deliberadamente feito como se fosse uma operação secreta porque esse aspecto era peça essencial da sua encenação).

E já todos cá dentro e lá fora sabem que o PSD e CDS vão viabilizar as medidas de austeridade e muito mais.

É impressionante como a máquina do governo conseguiu passar a mensagem lá para fora que a oposição não aceitava mais austeridade.

Essa desinformação deliberada é que prejudica o país lá fora porque cria inquietação artificial sobre as metas da austeridade. Mesmo assim os mercados não tiveram nenhuma reacção intempestiva porque o que os preocupa é apenas as metas.

Mais nada.

O resto é folclore para consumo interno.

E, tal como a queda do governo e o resgate iminente não foram surpresa para mim, também não o foram para os mercados, que já contavam com isto há muito (basta ver um gráfico dos CDS  (Credit Default Swaps ou Seguros de Crédito) sobre Portugal nos últimos 2 anos, e especialmente nos últimos meses).

Porque é que os media não dizem que a bolsa lisboeta subiu mais de 1% no dia a seguir à queda?

Simples, porque não convém para a narrativa que querem vender ao nosso povo facilmente manipulável (julgam eles depois de 6 anos a fazê-lo impunemente).


Bom, há sempre mais pontos da narrativa para desmascarar mas não sei se isto é útil para alguém ou se é já óbvio para todos.

E como é 5ª feira e estou a ficar irritado só a escrever sobre este assunto termino por aqui.

Se quiserem que eu vá escrevendo mais digam, porque isto dá muito trabalho.
Henrique Medina Carreira.
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