domingo, 14 de novembro de 2010

Bancarrota: um pouco de história.

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Nos últimos 200 anos houve 70 bancarrotas no planeta.


Na Europa há 4 ovelhas negras: Espanha faliu 14 vezes, Portugal 7 vezes, França 4 vezes e Alemanha 2 vezes: uma vez em cada uma das 2 Grandes Guerras.
 
 
o texto seguinte foi retirado de:
http://www.agenciafinanceira.iol.pt/economia/falencia-bancarrota-fmi-crise-agencia-financeira/1208356-1730.html e http://www.agenciafinanceira.iol.pt/economia/falencia-bancarrota-crise-agencia-financeira/1208357-1730.html

Ao contrário do que possa pensar, a bancarrota de um país não é uma coisa lá muito rara. Em média, a cada ano que passa, há um país que entra em falência, ou seja, fica sem dinheiro para pagar as dívidas. Em pouco mais de 200 anos registaram-se 290 crises bancárias e 70 bancarrotas. Dizemos-lhe o que aconteceu nos países por onde o Fundo Monetário Internacional (FMI) já passou.

A vizinha Espanha é uma habitué nestas andanças. Em 200 anos faliu 14 vezes, sete das quais no século XIX, mas estreou-se há muito mais tempo: a primeira vez que decretou falência foi em 1557.

Na altura, como agora, a dívida da Espanha era elevada, os juros demasiado elevados para suportar e D. Filipe II mandou confiscar todas as mercadorias valiosas que chegassem aos portos. A família real também teve de «apertar o cinto»: ficou sem o mestre limpador de dentes e o especialista em álgebra e o jantar foi reduzido de dez para seis pratos.

Reincidente é também a França, que em menos de cem anos foi quatro vezes à bancarrota.

A Alemanha também nem sempre foi a «menina bonita» da Europa. Faliu a seguir às duas guerras mundiais. Nos anos 20 um café chegou a custar quase 70 euros e o preço duplicava em poucos minutos.

Portugal já faliu várias vezes e conhece bem o FMI

Portugal também já faliu por sete vezes. Em 1891, a crise foi desencadeada com a falência de dois bancos importantes (o Banco do Povo e o Banco Lusitano). D. Carlos nomeou na altura José Dias Ferreira, bisavô de Manuela Ferreira Leite, para liderar o Governo. Também na altura a função pública sofreu na pele o aperto do cinto: os salários caíram 20%. Portugal ficou 10 anos sem conseguir financiamento externo e um dos primeiros cortes foi nas obras públicas (na altura na construção das vias férreas).

Em 1976 a falência voltou a estar iminente. Mário Soares, na altura à frente dos destinos do país, pediu dinheiro emprestado à Alemanha. Em vez de uma transferência bancária, recebeu um avião a meio da noite.

Na década de 80, viu-se forçado a negociar um empréstimo com o FMI. Mais uma vez liderado por Mário Soares e Mota Pinto, e com Ernâni Lopes como ministro das Finanças, os portugueses tiveram de enfrentar uma forte desvalorização do escudo, o disparo da inflação para quase 30%, o aumento dos impostos e o crescimento do desemprego.

O mau exemplo da Argentina

O caso da Argentina tem quase 10 anos e é dos mais negros. A intervenção do FMI foi um fracasso. O país seguiu as recomendações do Fundo (cortes orçamentais e aumentos de impostos) e com isso foi-se afundando. No final de 2001, as coisas pioraram exponencialmente quando o FMI negou um novo financiamento ao país. À revolta social juntou-se a queda do Governo e a bancarrota. Na altura os argentinos deixaram as suas casas com todo o seu dinheiro e foram depositá-lo nos bancos do Uruguai, o paraíso fiscal na América Latina. O governo congelou o acesso às contas bancárias, limitando os levantamentos a cerca de 200 euros por pessoa por semana. Sem dinheiro, começou a violência nas ruas, a pobreza duplicou, atingindo quase metade da população e a fome espalhou-se. O Governo parou de emitir passaportes porque não tinha dinheiro para os imprimir.

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A Islândia foi o primeiro país a falir com a crise financeira recente. Com a moeda local, a krona, a cair a pique, o desemprego a triplicar e com os maiores bancos do país falidos, os levantamentos em moeda estrangeira ficaram limitados: só eram permitidos a quem fosse viajar, mediante exibição do bilhete, ou a quem precisasse do dinheiro para bens essenciais, como alimentos e medicamentos. Para os restantes europeus, a queda do custo de vida islandês para metade foi uma oportunidade para fazer turismo no país dos glaciares. O preço da cerveja caiu para metade.

A crise do Dubai foi rápida, mas atingiu o mundo como um terramoto. Em 2008, o Governo anunciou que não conseguiria pagar a sua dívida de 60 mil milhões de euros e o mundo percebeu que um dos países mais ricos e luxuosos do mundo também era, afinal, vulnerável. Muitos empresários e gestores perderam o emprego nessa altura e abandonaram o país. Milhares de carros de luxo foram abandonados nas ruas e junto ao aeroporto com a chave na ignição, sendo mais tarde leiloados pelo emirado a preços de saldo. Milhares de cartões de crédito foram devolvidos aos bancos e as casas ficaram infinitamente mais baratas.

A Grécia é o caso mais recente e o mais caro. O valor que os países europeus e o FMI acordaram emprestar é o mais elevado jamais aplicado para salvar um país. O Governo cortou os subsídios de férias e Natal à função pública e pensionistas, a idade da reforma aumentou e os impostos também, sobretudo para bens supérfluos como cigarros, álcool ou jóias. A Grécia também não é uma estreante nestas andanças: em 1826 foi à falência e ficou sem crédito internacional por mais de meio século.

Mas nem só de Europa se escrevem as páginas mais recentes da história das falências. Em 2008, o Paquistão também entrou em incumprimento. Sem dinheiro para pagar aos credores por mais de mês e meio, tomou medidas drásticas como desligar a electricidade 12 horas por dia. No mesmo ano, também o Zimbabué foi à bancarrota, abalado por um surto de cólera. Fome, falta de água potável, uma taxa de desemprego de 80% e uma inflação de 66.000% explicam as dificuldades.

Da Rússia com amor

A Rússia também se inclinou perigosamente sobre a bancarrota no fim da década passada, quando a privatização de empresas se fazia em massa (em média 800 empresas por mês) e o poder de compra caiu para metade. A bolsa russa mergulhou no abismo e a negociação teve de ser suspensa, quando o índice caía 65%. O Governo suspendeu os pagamentos a credores durante três meses e a inflação subiu 80% nesse ano.
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sábado, 13 de novembro de 2010

0.4% e o FMI

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O facto de o INE ter divulgado uma boa notícia (crescimento no último trimestre acima do esperado) um dia depois do último leilão do ano da dívida no mercado primário, faz-me acreditar ainda mais que este governo tem uma agenda política contrária aos interesses de Portugal.
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"afastamento voluntário" de Sócrates é essencial para sair da crise

http://noticias.pt.msn.com/Economia/article.aspx?cp-documentid=155233480

Sim concordo mas não devemos cometer os mesmos erros que cometemos com a saída de Durão Barroso. Eu acho que a melhor solução, até para tranquilizar os mercados, seria promover o ministro das finanças a primeiro ministro e este formar novo governo onde o novo ministro das finanças seja um economista reputado e independente ou, caso se trate de um governo de Salvação Nacional ou Bloco Central, da oposição.
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quarta-feira, 10 de novembro de 2010

7% e o FMI

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Se não viesse o FMI (através do Fundo de Estabilização Europeu) teríamos eleições por volta de Junho de 2011 pois parece-me claro que este governo não tem condições de credibilidade para continuar a governar e só se mantêm artificialmente no poder porque a constituição impede o Presidente de dissolver agora a Assembleia e qualquer outra solução governativa não seria solução duradoira.


Estamos a 9 de Novembro de 2010, ou seja ainda falta mais de 1 mês para acabar o ano. No entanto o governo decidiu colocar a leilão hoje a totalidade das necessidades de financiamento previsto até o final do ano, numa altura em que se previa a subida das taxas de juro devido às declarações da Chanceler Alemã Angela Merkel.

Obviamente que o resultado só podia ser este: atingiu-se os 7% de taxa de juros que o ministro das finanças disse como sendo o limite a partir do qual viria o FMI.

Se é verdade que o governo tinha mais tempo para dividir este leilão então parece-me obvio que é o governo quem quer o FMI aqui.

Percebo perfeitamente que o governo queira o FMI aqui, o que não percebo e repudio é que diga uma coisa e faça o seu oposto.

Será isto uma manobra para tentar continuar estar agarrado ao Poder?

De facto, se nada for feito de forma estrutural urgentemente Portugal abrirá falência até 2015 e nas propostas do Governo para 2011 não há nada estrutural.

Se o FMI vier para nos ajudar a pôr em prática as reformas estruturais que este governo não conseguiu fazer (apesar de ter tido maioria absoluta) então que venha! Não percebo porque é que o Sócrates e outras pessoas andam a diabolizar o FMI.

É claro que num mundo perfeito não seria necessário vir os estrangeiros ensinar-nos a governar.
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sábado, 6 de novembro de 2010

MINEIROS SOTERRADOS EM ALJUSTREL

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UM GRUPO DE 33 MINEIROS PORTUGUESES FICOU ENTERRADO, A 700 METROS DE PROFUNDIDADE, EM PLENA MINA DE ALJUSTREL.


1) Cria-se uma comissão para iniciar as tarefas de resgate, integrada por 20 membros do PS e 19 da oposição. Cada membro contará por sua vez com 5 assessores, dois secretários e um motorista. As tarefas demoram porque não se consegue quórum para reunir e logo não há acordo para designar o Presidente e os vogais da Comissão.

2) O Primeiro-Ministro inteira-se desde logo da situação, e fala ao País, na RTP, afirmando que o acidente foi provocado pela crise internacional e pelo nervosismo dos mercados. Ao mesmo tempo, pergunta se não teriam encontrado no fundo da mina o seu certificado de habilitações como Engº Civil, já que ninguém o conseguiu ver até hoje...

3) Uma Informação prestada pelo Ministro Jorge Lacão assegura que a profundidade não é tanta, trata-se da imaginação da oposição para criticar o governo, uma vez que pelos cálculos governamentais são no máximo 200m.

4) Não há fundos para as tarefas de resgate pelo que será criada uma taxa específica para esta operação. Suspeita-se que a taxa seja cobrada nos próximos quinze anos.

5) Para além desta taxa, solicita-se um fundo patriótico para o restante, proveniente do Fundo de Pensões das Companhias de Seguros. Para a boa gestão dos fundos e como o túnel é uma Obra Pública é nomeado Mário Lino.

6) OS EUA emprestam a grua de resgate, que desembarca em Vigo, devido às suas dimensões, mas esta não chega a entrar em Portugal porque, na fronteira, a SCUT está com barreiras de utentes em protesto pelo pagamento de portagens.

7) Uma vez libertada a grua pelo Corpo de Intervenção da PSP, a alfândega dá logo ao fim de 120 dias a autorização para a importação da grua mediante o pagamento prévio de umas caixas de robalo ao Dr. Armando Vara, nomeado pelo Governo como Presidente da Fundação para o Auxílio aos Mineiros.

8) A grua não pode chegar à mina porque o condutor pertence ao sindicato dos operadores portuários e a grua tendo 4 rodas deve ser conduzida por um motorista de pesados e sob a supervisão dos inspectores do Instituto da Mobilidade e dos Transportes Terrestres (IMTT). No entanto, como este Instituto está em reestruturação, não pode nomear os inspectores pois ainda não fazem parte do seu quadro.

9) Entretanto, o Prós e Contras da RTP dá instruções para trazerem um mineiro para o programa, mas a TVI oferece mais para o ter na Casa dos Segredos. Em consequência, gera-se um grande problema entre a Prisa, o Governo e a PT.

10) Finalmente consegue-se fazer chegar uma mini câmara de TV ao fundo da mina mas não se conseguem ver os mineiros. A Câmara só transmite Manuel Luís Goucha e Futebol.

11) A grua consegue chegar ao fim de mais dois meses à mina porque a IMTT teve de solicitar vários pareceres externos para definir o procedimento de atribuição da matrícula para a grua poder circular. A GNR-BT tinha-a apreendido por circular sem a documentação necessária, mas entretanto o Governo interpôs uma providência cautelar para libertar a grua em tempo útil.

12) Jerónimo de Sousa anuncia que os mineiros pertencem ao PCP e por isso o governo está a protelar o seu salvamento para não participarem nas eleições para a Presidência da República.

13) O Bloco de Esquerda repudia a grua por ser de fabrico americano, não se podendo tolerar a sua utilização enquanto continuar o massacre americano em Bagdad e Kabul.

14) Finalmente chega a Grua e começa a fazer descer a cápsula mas o cabo parte-se. O DIAP investiga irregularidades na compra do material mas não consegue ouvir os responsáveis. O Tribunal de Contas descobre que se comprou o cabo de pior qualidade mas que se pagou o preço dum modelo revestido a ouro. O dossier chega ao PGR que ordena o urgente arquivamento de todo o processo. O Conselho de Magistratura pede a revisão do arquivamento para o Supremo Tribunal solicitando a destituição do Ministro da Justiça.

15) Chega uma ordem para que se detenha o resgate até que cheguem ao local os gorros e casacos que os mineiros terão de vestir antes de chegar à superfície. Tem escrito a legenda: "Viva José Sócrates!".

16) Finalmente ao fim de dois anos e meio resgata-se o primeiro mineiro.

Surpresa mundial: era o único que ia trabalhar, os restantes 32 eram beneficiários do RSI e tinham ido à mina para justificar o seu recebimento.

17) O mineiro resgatado lê o jornal com as notícias sobre o OE e no final pede que o devolvam aos 700 metros de profundidade.

Afirma que a vida lá em baixo é bastante mais tranquila.
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