terça-feira, 29 de janeiro de 2013

É necessário um corte superior a 13 mil milhões e não apenas 4 mil milhões

"Vítor Bento acredita que o ministro das finanças tem feito um bom trabalho, não querendo comentar se o corte na despesa de 4 mil milhões de euros, previsto pelo Governo, é o suficiente para pôr as contas públicas em ordem."

Comentário do Wilson:
É claro que Vitor Bento não quer comentar porque ele sabe melhor do que eu que nem o triplo desse valor, 12 mil milhões seriam suficientes para equilibrar as contas públicas.

O Défice em 2012 ronda os 9 mil milhões. Se o estado cortasse esses 9 mil milhões a sua receita diminuiria em 3 ou 4 mil milhões ou seja, teria que cortar no mínimo 13 mil milhões. Isto sem contar com a recessão que esse corte de 13 mil milhões iria gerar, daí eu ter dito "no mínimo".

São contas fáceis de fazer até para um leigo como eu. O difícil é calcular o valor exacto do corte mas é fácil saber que terá que ser superior a 13 mil milhões de Euros e não apenas os 4 mil milhões de Euros que o Estado se compromete a fazer em 2014.


Fonte: http://www.tvi24.iol.pt/economia---troika/vitor-bento-divida-austeridade-mercados-troika-resgate/1413385-6375.html

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

O Milagre Português?

Quando foi estabelecido a actual “ajuda” da Troika a Portugal, o nosso ponto de partida era pior do que o ponto de partida da Grécia (a dívida pública da Grécia era pior que a nossa mas a nossa dívida total era superior à Grega).

Assim sendo eu nunca acreditei que não houvesse um segundo resgate em Portugal tal como veio a acontecer na Grécia.

Havia 3 datas prováveis para o segundo resgate a Portugal:

Setembro de 2013 (o mais provável na minha cabeça à altura) ou 2016 ou 2021

Dado o sucesso histórico que teve o leilão de dívida da passada sexta-feira onde Portugal conseguiu colocar obrigação a 18 meses, em que esses 18 meses acabam já depois de findo actual resgate, comecei a pensar que talvez aconteça um milagre e o segundo resgate não aconteça como eu pensava em Setembro de 2013.

Hoje ouço notícias de que o Governo não perdeu tempo com este sucesso histórico e partiu para a renegociação da dívida, não para pedir mais “ajuda” (dinheiro ou tempo de ajustamento) mas apenas para pedir ao que tem direito pela igualdade de tratamento negociada há um ano, reivindicando um prazo de amortecimento maior da actual “ajuda” de forma a tornar menos necessária um segundo resgate em 2016 ou 2021.

Ao mesmo tempo está a preparar uma emissão a 5 anos, sindicada, para aproveitar as novas regras do BCE que promete comprar dívida de Portugal no mercado secundário se Portugal conseguir que lhe emprestem dinheiro sem ser via Troika.

Este segundo passo claramente é para evitar o segundo resgate em Setembro de 2013.

Agora começo a acreditar num milagre e que Portugal, apesar de ter partido de uma situação pior que a Grécia, conseguir não ser alvo de um segundo resgate em Setembro deste ano.

É claro que para esse milagre acontecer ainda será necessário que as agências de Rating tirem Portugal da nota “lixo” ou pelo menos que alterem o Outlook de Portugal antes de Setembro.

Será que vamos conseguir?

Será que toda esta austeridade e reformas anunciadas (algumas em execução) vão conseguir convencer os mercados?

E será que este sucesso, caso aconteça, não seja um factor de relaxamento do próximo governo que deite por terra todo o esforço que os portugueses estão a fazer até 2014?

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

As medidas do FMI:

As duas vias centrais para a redução do peso do Estado:

1.- Corte dos salários dos funcionários públicos e pensões, incluindo os mais baixos. pois é precisamente nos salários abaixo dos 1000 Euros onde os funcionários públicos ganham mais do que os seus equivalentes do privado.

2.- Aumento da idade da reforma.

Em resumo: Redução de funcionários e salários na Educação, Saúde e forças de segurança, e cortes no Estado Social.



Outras medidas:

- Cortes nos complementos e suplementos entre outros privilégios da função pública e trabalhadores de empresas públicas como a dos transportes.

- Aumento do horário semanal para 40 horas.

- Novo corte na compensação de horas extraordinárias para 15%

- Despedimento de 70 a 140 mil pessoas na função pública com adiamento do pagamento das respectivas indeminizações para depois da crise.

- Aumento das taxas moderadoras.

- Dispensa de 50 mil professores aproximando o número médio de alunos por turma ao número máximo de alunos por turma, fechando mais escolas e substituindo-as por transporte escolar.

- Aumento das propinas no ensino superior.

- Cortar o subsídio de desemprego para o valor do subsídio social (419,22 euros) ao fim de 10 meses de desemprego.

- Acabar com o subsídio de morte.

- Retirar abono de família a universitários.



Denúncias:

- Sobre os médicos, diz que têm salários excessivamente elevados (principalmente devido ao pagamento de horas extraordinárias.

- Os magistrados beneficiam de um regime especial que aumenta as pensões artificialmente.

- Proteção social, diz ser «demasiado dispendioso, injusto e especialmente para os mais jovens»

- Subsídio de desemprego continua demasiado longo e elevado.



Medidas simpáticas:

- descongelamento dos incentivos ao mérito



Fontes:
http://www.tvi24.iol.pt/iol-push---economia/fmi-despesa-cortes-austeridade/1408026-6469.html
e
http://www.publico.pt/economia/noticia/as-principais-medidas-propostas-pelo-fmi-1580122